Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA LUCIA DOS SANTOS BATISTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA LUCIA DOS SANTOS BATISTA
DATA : 02/01/2024
HORA: 19:30
LOCAL: Universidade do Estado do Pará
TÍTULO:

A FAUNA DA TERRA INDÍGENA ALTO RIO GUAMÁ: Construção de materiais pedagógicos e desenvolvimento de metodologias interculturais para uso na EIEEFM Francisco Magno Tembé, da aldeia São Pedro, a partir do conhecimento tradicional Tembé Tenetehar

PALAVRAS-CHAVES:

Educação Indígena; Educação Escolar Indígena; Interculturalidade; Etnobiologia, Ensino de Biologia e suas tecnologias; Povo Tembé Tenetehar

PÁGINAS: 68
RESUMO:

Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada na aldeia São Pedro da Terra Indígena Alto Rio Guamá, do povo Tembé Tenetehar, desenvolvido na Escola Indígena Estadual de Ensino Fundamental e Médio Francisco Magno Tembé – Anexo João Mota. O trabalho buscou o diálogo entre os saberes tradicionais sobre a fauna local e o ensino escolar, para ser trabalhado o ensino de Biologia e Suas Tecnologias, no Ensino Médio do 1º ao 3º ano. O principal objetivo do trabalho foi elaborar uma Sequência Didática para uso no Ensino Médio das Escolas do Povo Tembé, onde foram registrados dados sobre a fauna da nossa região especialmente as utilizadas pela comunidade da aldeia São Pedro e desenvolvidas metodologias específicas para trabalhar o ensino de Biologia e Suas Tecnologias na escola indígena; procurando sempre partir dos conhecimentos tradicionais dos mais velhos da aldeia em diálogo intercultural com os conhecimentos científicos. A fauna silvestre local está em estreita relação com o povo Tembé: 1) criam como animais de estimação; 2) alimentação; 3) usam como remédios eventuais; 4) ornamentos, e; 5) rituais. A escola indígena em todo Brasil e a nossa não é diferente, carece de muitos materiais pedagógicos e metodologias que façam o diálogo intercultural entre a ciência escolar e os conhecimentos tradicionais. Este estudo se propõe a discutir essa situação e a ajudar um pouco a resolver esse problema em nossa escola. A história do contato com o Tembé foi de perdas materiais e imateriais, de mudança em diversas dimensões, nos seus fazeres/saberes e inclusive em seus próprios corpos. A escola que apareceu no século passado, implantada pela Funai, ajudou nas mudanças, mas na atualidade toda e qualquer mudança deve vir para ajudar o povo a manter e desenvolver a sua cultura tradicional. A fauna está ficando cada mais rara em nossa região, o que impede as novas gerações de conhecer espécies importantes. Através de pesquisa de campo, entrevistas, fotografias foi realizado levantamento e registro tanto da fauna quanto das informações compartilhadas pelos mais velhos da aldeia São Pedro sobre os conhecimentos acumulados sobre a fauna. A partir do registro em cadernos de campo, entrevistas, observações foram levantadas as informações sobre a fauna e daí foi possível construir materiais pedagógicos, para uso na EIEEFM Francisco magno Tembé – Anexo João Mota. O trabalho foi pensado a partir de três eixos: 1) educação escolar indígena; 2) a etnobiologia, e; 3) os saberes/fazeres do povo Tembé Tenetehar. A partir desses três eixos e da relação do povo Tembé com a fauna foi construída a Sequência Didática para uso no Ensino Médio das Escolas do Povo Tembé e aplicada nas turmas do 1º ao 3º ano do Anexo João Mota. O trabalho se mostrou bastante eficiente, uma vez que os conteúdos abordados fazem parte do repertorio  daqueles alunos o que os motivou mais a participar e interagir de forma dinâmica em sala de aula. Esperamos que este trabalho possa contribuir para a inovação de práticas pedagógicas na escola indígena, levando os professores a refletirem sobre os métodos de ensino utilizados e incentivando os estudantes a valorizarem os saberes tradicionais indígenas.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 54197929 - VICTOR WAGNER BECHIR DINIZ
Interno - 403.667.401-30 - CLAUDIO EMIDIO SILVA - UNIFESSPA
Interno - 5910717 - NATALIA KARINA NASCIMENTO DA SILVA