PPGG PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO Telefone/Ramal: Não informado
Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • PEDRO ISRAEL MOTA PINTO
  • MASCULINIDADES NOCIVAS NA AMAZÔNIA PARAENSE: intersecções entre os corpos de jovens homens e as dinâmicas da violência urbana

  • Orientador : CLAY ANDERSON NUNES CHAGAS
  • Data: 19/02/2024
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  • Nesta pesquisa buscamos compreender como as relações de gênero e sexualidade se relacionam com as materialidades da vivência urbana em corpos de jovens homens periféricos. Entendemos que é importante interpretar as relações de gênero e sexualidade na manifestação da vivência urbana de jovens homens periféricos tendo em vista a necessidade de se corporificar a manifestação da violência urbana reproduzida por e no corpo de tais jovens, o que nos permite identificar como as ações do Estado de enfraquecimento da violência urbana compreendem as relações de gênero e sexualidade. Como metodologia, iniciamos com uma busca literária no catálogo de teses e dissertações dos repositórios institucionais que abordassem a temática analisada, sobretudo na região norte, bem como avançamos a análise para dados qualiquantitativos oriundos de instituições como IBGE, SEGUP/SIAC, Anuários de Violência e, por fim, as Políticas Públicas do Estado do Pará, em uma interpretação complementar e corporificada, trabalhos de campo e diários livres foram realizados com jovens da periferia da Terra Firme, em Belém. Enfim, identificamos nas ações do Estado de enfraquecimento da violência urbana a ausência de afirmações e aprofundamentos de dados acerca da identidade de gênero, racialidade e sexualidade de corpos assassinados dentro do contexto da violência urbana, nas informações cedidas pela Secretaria de Segurança Pública e Secretaria de Inteligência e Análise Criminal do Pará, gerando, consequentemente, a ausência de políticas públicas voltadas para corpos dissidentes, logo, permitindo o ciclo de violências, através do apagamento da existência de dissidências de gênero, sexualidade e raça que promovem também a intensificação das mortes de jovens homens periféricos, atravessados pelas relações sociais que constroem a performatividade da identidade de gênero, da orientação sexual e da racialidade de seus corpos no contexto da violência urbana.

2
  • FERNANDA GALVAO BOTELHO
  • OCUPAÇÕES E DIREITO À CIDADE EM BENEVIDES - PARÁ

  • Orientador : WILLAME DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • Data: 15/04/2024
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  • Benevides é um dos municípios da Região Metropolitana de Belém que apresenta, em seu eixo de expansão, uma crescente substituição de áreas verdes por ocupações precárias em um modo de conversão de terras rurais em habitações. Essas áreas transformam o espaço, as dinâmicas sociais e econômicas, principalmente dos agentes sociais que estão inseridos nesse processo. Os agentes sociais precariamente incluídos moldam o espaço urbano a partir do momento em que produzem seu local de moradia por meio de assentamentos precários, como no caso das comunidades Nossa Senhora do Carmo e Novo Brasil, objetos de análise desta pesquisa, sob a perspectiva do direito à cidade. O objetivo geral da investigação consiste em analisar a produção de injustiças espaciais materializadas em moradias precárias nas comunidades Novo Brasil e Nossa Senhora do Carmo, em Benevides, no espaço metropolitano de Belém/PA. Mediante um viés qualitativo na análise dos materiais, utilizou-se de procedimentos metodológicos como levantamentos bibliográfico e documental, elaboração de representações cartográficas no software QGis, assim como a aplicação de entrevistas com os moradores das comunidades Nossa Senhora do Carmo e Novo Brasil. Os resultados obtidos expressaram a ausência de serviços básicos para a qualidade de vida, além das consequências percebidas quando se analisou a relação da distância entre as comunidades e o centro urbano benevidense. Diante da carência de infraestruturas essenciais, as estratégias de superação de problemas evidenciam a adaptação das famílias para lidar com a pobreza de recursos e com as desigualdades socioeconômicas, táticas em que se constroem poços, fossas e configuram o uso do solo de acordo com as necessidades. Todavia, a precariedade das habitações, atualmente parte intrínseca do cotidiano dos moradores, não anula as esperanças dos indivíduos de que o local onde habitam possa ser valorizado.

3
  • ROBERTA CAROLINA MAUES DO NASCIMENTO
  • TERRITÓRIO E VIOLÊNCIA: AS DINÂMICAS DOS CRIMES VIOLENTOS LETAIS INTENCIONAIS NOS BAIRROS DO

    CURUÇAMBÁ E ICUÍ-GUAJARÁ, ANANINDEUA-PA

  • Orientador : CLAY ANDERSON NUNES CHAGAS
  • Data: 15/04/2024
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  • O município de Ananindeua/PA possui resquícios de um processo de urbanização
    concentrada, que se desenvolveu de maneira heterogênea, gerando a fragmentação
    socioespacial, a marginalização dos centros e o aumento da violência. Nesse
    contexto, os bairros do Curuçambá e Icuí-Guajará surgem a partir de um processo de
    ocupação irregular, motivados pela necessidade da população ter um espaço para
    habitar. No entanto, as ações de suporte do poder público não acompanharam a
    expansão dos limites do município, acarretando múltiplos problemas sociais,
    principalmente no que diz respeito à violência e criminalidade. Nesse sentido, o
    objetivo principal da pesquisa é analisar as relações de poder e a influência na
    dinâmica dos crimes violentos letais intencionais (CVLI) ocorridos nos bairros do
    Curuçambá e Icuí-Guajará, em Ananindeua/PA. O período de análise escolhido reside
    entre os anos de 2017 a 2022. Os procedimentos metodológicos pautaram-se em
    revisões bibliográficas, levantamento e análise de documentos, dados e informações
    referentes às áreas de estudo, trabalhos de campo exploratórios, com a aplicação de
    entrevistas e registros fotográficos, além da produção cartográfica, com destaque para
    os mapas que apresentam os comportamentos criminais e as áreas em que se
    concentram um determinado crime. Os resultados obtidos evidenciam que a realidade
    presente nos bairros, não é fruto de algo invisível, mas sim, o reflexo de ações
    praticadas por múltiplos agentes territoriais, que criam e fortalecem traços como a
    pobreza e a desigualdade, assim como influenciam nas dinâmicas dos crimes
    violentos. A territorialização da violência e da criminalidade tende a ser mais intensa
    nos bairros periféricos, onde existe uma presença precária de infraestrutura e serviços
    públicos importantes, como educação, segurança e lazer. Como atenuante desta
    situação, o Programa Territórios pela Paz (TerPaz), sob responsabilidade do Governo
    do Pará, tem buscado ampliar a territorialização do Estado frente ao poder ilícito.
    Portanto, conclui-se que a ação do Estado sob a ótica da segurança pública não é
    feita somente com a inserção de policiais e combate ao crime, mas, também, com a
    promoção da qualidade de vida.

4
  • EVELLY CARLA DIAS MATIAS
  • AS METODOLOGIAS UTILIZADAS NA CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE PAISAGEM NO ENSINO DE GEOGRAFIA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL, EM BELÉM-PARÁ

  • Data: 17/04/2024
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  • A ciência geográfica tem por maior objetivo o estudo do espaço geográfico e as relações que ocorrem no mesmo, mais precisamente as relações entre os indivíduos que ocasionam as transformações nos espaços. No que se refere ao ensino de geografia, decorremos sobre um saber que foi consolidado e que por meio do professor ocorrerá a transposição deste conhecimento, de forma de didática para que este educando venha a
    construir e compreender a ciência geografia em sua vivência, portanto o educador buscará fazer com que seus educandos venham a observar as relações que modificam o lugar de onde vivem. No entanto o professor também poderá ter alunos que não possuem um ou mais sentidos, como é o caso de alunos com deficiência visual. O ensino de geografia frente ao ensino de alunos com deficiência visual ainda possui muitas lacunas na construção de metodologias que venham a complementar a construção do ensino/aprendizagem, mais necessariamente a construção do conceito de paisagem,
    sendo este por sua vez, essencialmente visual.
    A presente pesquisa foi desenvolvida na Unidade Educacional Especializada José Alvares de Azevedo, localizada em Belém-PA e se faz necessário ressaltar que o lócus de pesquisa e uma parte desta estão sendo construídos juntos à dissertação de mestrado da pesquisadora. O objetivo principal desta pesquisa é compreender como se dá a construção do conceito de paisagem para educandos do 6o ao 9o ano na UEES José Alvares de Azevedo em Belém-PA. Para auxiliar nessa tarefa, destacam-se os objetivos específicos apresentados: Investigar as formas de construção do conceito de paisagem na UEES José Alvares de Azevedo nas classes do 6a ao 9o ano do ensino fundamental; Identificar as metodologias utilizadas no processo de ensino/aprendizagem referentes ao conceito de paisagem na UEES José Alvares de Azevedo; Expor a partir das metodologias utilizadas na UEES José Alvares de Azevedo a compreensão dos educandos acerca do que seria a paisagem para eles; A partir desta pesquisa, é possível compreender a importância da utilização de metodologias que venham a contribuir com o processo de ensino/aprendizagem de alunos com deficiência visual, ressaltando a importância que as maquetes táteis tiveram 9 para uma melhor compreensão sobre o conceito de paisagem, no qual por vezes não é compreendido para o público-alvo pelo falto de ter um apelo visual maior. Entretando, isto não impede que o educando venha a compreender está de uma outra maneira.

5
  • ERICA CRISTINA SANTOS SOUZA
  • GRANDES ATACAREJOS E SUPERMERCADOS LOCAIS NA DINÂMICA DE CENTRALIDADES DA CIDADE MÉDIA DE CASTANHAL, PARÁ

  • Orientador : WILLAME DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • Data: 18/04/2024
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  • A cidade de Castanhal destaca-se como um importante centro econômico no estado do Pará, especialmente no setor de comércio e serviços. A cidade desempenha um papel crucial no abastecimento das cidades vizinhas. Esse papel tem sido reforçado ainda mais após a chegada das grandes redes de atacarejos em 2018. Desde então, a atuação desses grandes empreendimentos tem reconfigurado de forma significativa a organização da dinâmica econômica local, impactando diretamente o funcionamento dos supermercados locais. O objetivo geral da pesquisa visa compreender a dinâmica socioespacial das redes de atacarejos nacionais e internacionais em Castanhal, no estado do Pará, e suas repercussões sobre a dinâmica de centralidades na cidade. Para atingir esse objetivo, adotou-se uma abordagem qualitativa, associada a levantamentos e análises documentais e trabalhos de campo. Os resultados obtidos demonstram que a instalação dos atacarejos (Mix Atacarejo, Assaí e Atacadão) tem ocasionado um cenário de dependência por parte dos empreendimentos locais em relação às promoções oferecidas diariamente nos novos atacarejos. Nesse sentido, ressalta-se como resultado a construção de uma relação de cooperação entre os supermercados locais e os novos atacarejos. No que tange à lógica de funcionamento dos empreendimentos locais, nota-se uma mudança no perfil de atuação dos supermercados locais em Castanhal, que agora se concentram principalmente no abastecimento por necessidade ou emergência dos consumidores. Tratando da dinâmica de centralidades desenvolvidas em Castanhal, observa-se a constituição de multicentralidade e policentralidades. A primeira está associada à formação de subcentros comerciais em pelo menos quatro bairros da cidade. A constituição dessa centralidade se dá ao longo dos principais eixos de circulação. A manifestação da policentralidade está associada ao funcionamento dos novos atacarejos. Esses empreendimentos estão localizados ao longo das principais vias de circulação, assim como nos bairros periféricos, atuando como polos atrativos, polarizando consumidores de várias localidades, desde a capital Belém até cidades vizinhas, fortalecendo o papel de centralidade econômica de Castanhal.

6
  • FELIPE INACIO MELO ANDRADE
  • DINÂMICAS REGIONAIS DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA: Análise espacial da produção de alimentos na Região Geográfica Imediata de Castanhal

  • Orientador : CARLOS JORGE NOGUEIRA DE CASTRO
  • Data: 29/04/2024
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  • A Região Geográfica Imediata de Castanhal (IBGE, 2017) formada e consolidada nos últimos anos é relevante para o Estado do Pará, visto que, exerce papel de produtora e fornecedora de produtos agropecuários originários da região, para Belém e sua Região Metropolitana. A pesquisa aborda a produção, circulação e comercialização dos produtos alimentícios, ligados à atividade agropecuária, dos municípios que compõem a região, assim, formando uma complexa relação de interações espaciais que resulta na formação de uma rede urbana entre os municípios. A pesquisa utiliza uma base de dados que passaram por um processo de manipulação, refinamento e tratamento, por meio do Sistema de Informação Geográfica (SIG), bem como de um aporte literário e metodológico, com a leitura de clássicos que possibilitaram o melhor entendimento dos conceitos geográficos, como Lefebvre (1999), Côrrea (1989); Haesbaert (2010) e autores com trabalhos recentes, com temáticas ligadas a centralidade, interações espaciais e rede urbana. Os resultados da pesquisa apontam que a Região Geográfica Imediata de Castanhal apresenta um grande quantitativo de produção agropecuária que proporciona uma circulação na própria região, bem como tem o papel protagonista de fornecer e abastecer as feiras, mercados e supermercados de Belém e de sua Região Metropolitana.

7
  • STEPHANIE OLIVEIRA DA SILVA
  • INDICAÇÃO GEOGRÁFICA FARINHA DE BRAGANÇA: desafios de implementação de um signo distintivo territorial

  • Orientador : BENEDITO ELY VALENTE DA CRUZ
  • Data: 08/05/2024
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  • A farinha de Bragança é um produto que conquistou a preferência dos consumidores e que adquiriu notoriedades estadual e nacional ao longo dos anos, fatores estes que contribuíram para a concessão do seu registro de indicação geográfica (IG) em 18 de maio de 2021. No entanto, a operacionalização desta IG representa um trabalho complexo e desafiador, pois envolve, desde o funcionamento do Conselho Regulador, passando pela regularização das casas de farinha, e até pelo reconhecimento dos produtores da relevância e importância desse signo distintivo. A presente pesquisa pretende analisar o processo de implementação da Indicação Geográfica farinha de Bragança, considerando a participação dos atores envolvidos, as estratégias para agregação de valor a este produto e os desafios para a valorização integral do território. A metodologia se baseia no método de abordagem com enfoque dialético e uso de procedimentos técnicos como pesquisas bibliográficas, documentais e de campo no território da IG farinha de Bragança. Os resultados demonstram que a maioria dos produtores não tem recursos financeiros para regularizar suas casas de farinha e apenas um produtor está utilizando o registro da IG, atualmente, contrastando com a realidade de mais de 12 mil estabelecimentos. Portanto, embora a IG contribua para a proteção da notoriedade da origem geográfica da produção e para agregação de valor do produto e seu território, existem importantes gargalos que precisam ser enfrentados pelos produtores, pela COOMAC e pelos governos municipal, estadual e federal.

2023
Dissertações
1
  • RAFAELA DO NASCIMENTO DE SOUZA
  • ENSINO DE GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO DO CAMPO: tecendo as contradições entre currículo (BNCC) e o território da Comunidade de Santa Terezinha, Castanhal/PA

  • Data: 30/03/2023
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  • A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de cunho normativo (ou
    norteador) dos currículos da educação básica nas instituições educacionais brasileiras,
    com movimentações de implementação desde 2019. Implementação que trouxe
    implicações ao ensino de geografia, em especial ao ensinado nas escolas do campo.
    Nesse sentido, o objetivo deste estudo é analisar o ensino de geografia a partir da
    relação entre currículo da Base Nacional Comum Curricular (Política curricular) e o
    território, apontando as contradições presentes no ensinar geográfico e princípios da
    educação do campo na Comunidade de Santa Terezinha-Castanhal/PA. Afinal, se
    entende e confirma, que a escola é mais um território em disputa pelo grande capital,
    que almeja lançar mão da escola através do controle da prática educativa via BNCC,
    estabelecendo uma prática não reconhecedora da dinâmica social e territorial dos
    educandos e educandas. Nessa dimensão, Arroyo (2011) já antecipava tal disputa
    dizendo: currículo é mais um território em disputa. Nesse contexto, este estudo tem
    como espaço de analise a escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Leandra
    Paulino Corrêa, localizada na Comunidade de Santa Terezinha-Castanhal/PA no estado
    do Pará, tendo como sujeitos da pesquisa moradores da comunidade, coordenadora
    pedagógica, professores de geografia e alunos do ensino fundamental anos iniciais e
    finais. O designer desta investigação seguiu o caminhar pela abordagem qualitativa que
    foi realizada nas seguintes etapas: levantamento bibliográfica dos fios teóricos em torno
    do Ensino de Geografia, Educação do Campo, Currículo e Território; levantamento
    documental da BNCC, dos principais marcos regulatórios e legislação educacional para
    a educação do campo e pesquisa de campo, que realizará as observações sistematizadas
    de aulas, atividades extraclasse desenvolvidas, sentimentos e impressões. Assim como
    em outros contextos em disputa na Amazônia, pensar o papel do ensino de geografia e
    da educação do campo atrelado ao território na comunidade é fortalecer a dimensão da
    crítica emancipatória, no sentido de demonstrar os aspectos políticos e ideológicos
    subjacentes aos interesses do capital, e construir, coletivamente, formas de superá-los.
    Pois, o que a Educação do Campo preconiza é a emancipação humana (SANTOS, 2017,
    p. 82). Por tal, justifica-se o estudo por entender e vivenciar que o chão da escola é mais
    um território de disputa em que o camponês precisa se firmar e (Re)pensar enquanto
    sujeito de sua existência.

2
  • KELLY VIRGINIA SANTOS DO VALE
  • PRODUÇÃO DO ESPAÇO E ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS NA PEQUENA CIDADE AMAZÔNICA DE SANTO ANTÔNIO DO TAUÁ, PARÁ

  • Orientador : WILLAME DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • Data: 17/04/2023
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  • As ocupações precárias expressam caráter prático e simbólico da luta pela moradia em meio às desigualdades socioespaciais perpetuadas pelo processo de produção e apropriação desigual das cidades. Esses espaços surgem como forma de ação coletiva dos grupos sociais que, mesmo em meio a precariedade, encontram alternativas para sua reprodução. Com base nesse pressuposto, a presente pesquisa tem como objetivo principal compreender o processo de produção das ocupações precárias em Santo Antônio do Tauá sob a perspectiva do direito à cidade, analisando as implicações de sua inserção regional para a configuração das ocupações e as estratégias de sobrevivência dos grupos sociais inseridos nesses espaços de moradia. A pesquisa, de natureza qualitativa, baseia-se em estudo de caso e teve os procedimentos metodológicos segmentados em duas etapas: a primeira contemplou o levantamento bibliográfico dos conceitos pertinentes ao desenvolvimento da pesquisa e o levantamento documental sobre a cidade. A segunda fase dedicou-se a realização de trabalhos de campo nas duas áreas de estudo, as ocupações Barcelona e Sete de Setembro, nas quais foram realizadas entrevistas com os representantes comunitários e moradores. Como resultado do estudo é possível assinalar que a condição de pequena cidade inserida em um espaço urbano complexo tem um impacto significativo na dinâmica de produção das ocupações precárias. Para além de expressarem elementos intrínsecos ao próprio município, ou seja, os conteúdos sociais e as demandas internas por habitação, as ocupações também expressam a inserção regional da cidade, as quais são marcadas pela dispersão das camadas populares do espaço metropolitano da cidade-região de Belém para esta pequena cidade. Nesse sentido, evidenciou-se que a reprodução desses espaços representa a relevante estratégia de acesso à habitação e moradia dos grupos que se encontram precariamente incluídos na cidade. Isso quer dizer que em resposta as problemáticas socioespaciais que denotam o atual modo de produção das cidades, são criadas formas de sobrevivência, por vezes desgastantes, mas que são o caminho possível para a manutenção da vida para esses grupos sociais. Nesse sentido, as duas ocupações apresentam uma relação de possibilidade/negação no que concerne a garantia do direito à cidade. As barreiras que se erguem frente a reprodução dos grupos sociais evidenciam a dimensão da negação do direto à cidade, uma vez que a própria precarização da inserção das ocupações no conjunto urbano e a estigmatização de seus moradores atuam no sentido do acirramento das desigualdades e das (in)justiças espaciais e implicam em maiores desafios para a superação da condição de precariedade. Já a possibilidade está no sentido de que as práticas de apropriação do espaço, por meio da ocupação, fazem o caminho contrário à lógica do mercado e prezam pelo direito ao uso coletivo do solo urbano, pelo direito de morar e de apropriar-se do processo de produção da cidade. Assim, as diferentes estratégias de sobrevivência desenvolvidas pelos grupos sociais evidenciam o posicionamento ativo dos sujeitos face as desigualdades e denotam a necessidade de mudança da realidade que está posta. No plano prático, os discursos e reivindicações dos moradores das ocupações também revelam a luta cotidiana por justiça espacial, isto é, pela superação das privações, pela melhora das condições de moradia e a mitigação das problemáticas socioespaciais

3
  • JHON CLEBER MORAES DA SILVA
  • CENTRALIDADES PRECÁRIAS NO ESPAÇO URBANO DE CASTANHAL, PARÁ

  • Orientador : WILLAME DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • Data: 25/04/2023
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  • A expansão da malha urbana propicia a incidência de mudanças significativas na lógica da cidade, entre essas, se sublinha o distanciamento do centro da população inserida nesse processo de dilatação. A então dinâmica possibilita a constituição de importantes núcleos secundários de atividades comerciais e de serviços, nos quais se apresentam com distintas configurações, essas por sua vez estão atreladas diretamente aos aspectos socioeconômicos e densidade populacional das suas áreas de influência. Em Castanhal, essa realidade é manifestada, sobretudo, a partir da significativa expansão urbana vivenciada nas últimas décadas, que obedece a alguns dos seus principais eixos rodoviários de articulação, como é o caso da rodovia BR-316 e Transcastanhal, nos quais, respectivamente, inserem-se os espaços de análise da pesquisa, sendo os bairros Jaderlândia III (setor sudeste) e Fonte Boa (setor noroeste). Os respectivos espaços destacam-se por apresentarem uma relevante aglomeração de atividades comerciais e de serviços com diferentes organizações e complexidades, estabelecidas em suas vias principais, representadas pela avenida Dr. Adailson da Silva Rodrigues e rua XI. Com base nisso, objetiva-se com essa pesquisa analisar as dinâmicas de centralidade em espaços distantes do centro de Castanhal assinalados por condições socioespaciais precárias. Os procedimentos metodológicos realizados para obtenção de dados deram-se a partir do levantamento bibliográfico e documental acerca dos conceitos e temáticas inseridos na problemática desta obra, bem como trabalhos de campo e entrevistas estruturadas com os empreendedores e clientes dos bairros sob análise, além de entrevista não estruturada com a secretária municipal de indústria e comércio. Diante dos dados obtidos, constata-se que a expressiva centralidade exercida pelos bairros Jaderlândia III e Fonte Boa perante os setores que ocupam, os configurando como subcentros, orientados pela lógica do circuito inferior da economia urbana, moldados ao cotidiano da população das suas áreas de influência, sucedendo assim o exercício nesses de uma centralidade de ordem precária.

4
  • MICHAEL CARDOSO DE SOUZA
  • Habitação e precarização da vida: uma análise das estratégias de moradia e sobrevivência da população da ocupação Tocantins no bairro Parque Guajara em Belém

  • Orientador : AIALA COLARES DE OLIVEIRA COUTO
  • Data: 27/04/2023
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  • Com a difusão da produção de assentamentos precários e a desigualdade na distribuição de terras e renda que permeiam o território brasileiro desde as
    Capitanias Hereditárias no século XVI, houve um impulsionamento das
    desigualdades socioespaciais pela falta de acesso à moradia, contribuindo para o
    aumento das problemáticas habitacionais no Brasil. Um processo marcado pela
    precariedade e pelas desigualdades como condição, meio e produto das relações
    capitalistas. Dessa forma, o objetivo principal dessa pesquisa é analisar as
    estratégias de moradia e sobrevivência adotadas pela população na ocupação do
    Tocantins no bairro Parque Guajará em Belém-PA, além de especificar quais os
    sujeitos presentes na produção social do espaço urbano e como eles implicam na
    formação socioespacial precária da ocupação, descrevendo também como se
    constitui a precariedade da vida urbana (Moradia, Saneamento Básico, Segurança
    Pública, Educação, Saúde e Lazer) na ocupação do Tocantins. A pesquisa se
    justifica pela necessidade em avançar nos estudos acadêmicos acerca dos
    assentamentos habitacionais que podem ser classificados, na sua grande maioria,
    como precários, e nos processos socioespaciais existentes a partir do processo de urbanização-periferização que contribui para o aumento das desigualdades socioespaciais, presentes no cotidiano de determinados grupos que compõem a produção do espaço urbano na metrópole de Belém. A pesquisa, de natureza qualitativa, está estruturada a partir dos seguintes eixos metodológicos: em um primeiro momento, foi realizada uma pesquisa bibliográfica acerca dos conceitos que norteiam a pesquisa, posteriormente foi realizada a pesquisa documental no que concerne à Ocupação Tocantins no bairro Parque Guajará, com antigas e atuais lideranças comunitárias. Em seguida, foi realizado o trabalho de campo na ocupação, para que as realidades conceituais fossem melhor aproveitadas e
    observadas de forma empírica, com a aplicação de entrevistas aos moradores e
    lideranças comunitárias e os registros fotográficos. Portanto, entende-se que a
    moradia se apresenta ao cidadão não somente enquanto casa, mas como todos os elementos constituintes que formam a moradia, ou seja, todos os equipamentos
    urbanos de uso coletivo que precisam estar à disposição das pessoas. Faz-se
    necessário então, que as políticas públicas para moradia sejam mais favoráveis
    àqueles que necessitam de melhores condições de vida, pois são décadas
    convivendo com a contradição entre a metropolização de Belém e a produção de
    espaços precários de moradia.
5
  • ANDERSON DE SOUSA CARVALHO
  • PRODUÇÃO DE MORADIAS E DE (IN)JUSTIÇAS ESPACIAIS POR INCORPORADORAS IMOBILIÁRIAS EM CASTANHAL-PA

  • Orientador : WILLAME DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • Data: 02/05/2023
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  • A produção habitacional é um dos temas que mais possuem rebatimentos em termos de processos socioespaciais, ainda mais quando é o Estado que gera incentivos para essa produção. A partir de processos diferentes e levando em consideração os diversos contextos urbanos brasileiros, esta produção é capaz de gerar efeitos a curto, médio e a longo prazo. Diante desse quadro, a presente pesquisa tem como meta examinar a recente produção habitacional executada nos últimos 14 anos em Castanhal-Pa por meio da produção fracionada do Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida, verificando seus resultados em termos de (in)justiça espacial. O trabalho foi realizado obedecendo os seguintes procedimentos metodológicos: 1) delineamento do objeto de estudo a partir da problemática observada; 2) levantamento bibliográfico sobre os temas relacionados; 3) pesquisa documental sobre os dados pertinentes à análise; 4) pesquisa de campo de caráter exploratório para o reconhecimento da área estudada; 5) pesquisa de campo para a realização de entrevistas e obtenção de outros dados conexos. Com os resultados obtidos a partir da aplicação dos procedimentos metodológicos foi possível chegar a alguns pontos sobre os aspectos da recente produção habitacional por meio dos empreendimentos fracionados no município: 1) A produção habitacional por meio deste modelo é um passo para a formação de mais justiça espacial, na medida em que esta é direcionada a famílias que de modo coletivo conseguem arcar com os valores do financiamento habitacional através do programa em questão; 2) A recente estruturação habitacional se aproveita de uma dinâmica de antigos loteamentos mal sucedida na cidade, utilizando assim áreas com melhores características, e por consequência inserindo estas famílias em locais mais articulados com o contexto urbano; 3) Esta produção está começando a adentrar áreas próximas a conjuntos habitacionais do segmento faixa 1, o que acelera o processo de ocupação destes espaços por residências de mercado, contribuindo na sequência de instalação de mais serviços básicos. Estes pontos se constituindo como passos importantes para a produção de mais justiça espacial. Entretanto, um quarto ponto coloca certa dualidade neste processo, dado que, por mais que as facilidades geradas pela política possam ajudar as famílias enquadradas a adquirirem suas habitações, o aspecto mercadológico ainda é o imperativo, ou seja, essa produção de casas mais articuladas no contexto urbano ainda é para aqueles que podem pagar. Diante destes contextos, a análise dessa recente produção imobiliária se apresenta como instrumento significativo para a compreensão de seus vários rebatimentos diante da expansão urbana da referida cidade.

6
  • FRANCISCO DE ASSIS DA SILVA LOPES
  • REESTRUTURAÇÃO DO TRANSPORTE INTERMUNICIPAL: o ônibus rural e a centralidade de Castanhal-PA

  • Orientador : CARLOS JORGE NOGUEIRA DE CASTRO
  • Data: 02/05/2023
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  • O sistema de transporte rural e urbano de passageiros e cargas na Região Geográfica Imediata de Castanhal (RGIC, IBGE, 2017) vem se expandindo na região, destacando-se a sua interação e mobilidade ao espaço central da feira de Castanhal. A pesquisa, aborda a circulação e os fluxos convergidos para a cidade polo da região que promovem diferentes intensidades nas dinâmicas econômica, social e política, apresentando assim, múltiplos conflitos motivados por interesses entre agentes do espaço urbano e dos espaços rurais. A pesquisa utiliza um acervo de informações que passaram por tratamento em um Sistema de Informação Geográfica (SIG), bem como, de um aporte metodológico com a releitura de clássicos da análise geográfica, como Milton Santos (2009), Roberto Corrêa (1995), Ana Carlos (2007), perpassando por referenciais recentes no âmbito da leitura dos transportes e seus papéis na redefinição das estruturas econômicas, políticas e sociais. Os resultados da pesquisa apontam para a compreensão dos fluxos permitirá compreender os efeitos da reestruturação da rede de transporte rural e urbano a nível rodoviário e de baixo percurso, articulada à cidade de Castanhal, e sua desestruturação nos últimos anos.

7
  • BRENA REGINA LOPES MACHADO
  • A RELAÇÃO RURAL-URBANO NO TERRITÓRIO MARAJOARA: UM OLHAR A PARTIR DA COMUNIDADE QUILOMBOLA CALDEIRÃO EM SALVATERRA-PA

  • Orientador : FABIANO DE OLIVEIRA BRINGEL
  • Data: 19/06/2023
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  • Trata-se da análise da relação rural-urbano nos territórios das comunidades quilombolas em Salvaterra, município marajoara do Estado do Pará. Tal análise se aprofunda na comunidade rural Caldeirão, a maior comunidade remanescente de quilombo de Salvaterra, formada a mais de 250 anos, quando o terrotório, onde está localiza hoje, ainda pertencia a vila de Soure. A proposta objetiva analisar o contexto socioespacial de Salvaterra-PA, que de forma macro, ressalte a relação rural-urbano existente nas comunidades quilombolas do lugar, direcionando um olhar especial a comunidade quilombola Caldeirão. Para tal propõe-se destacar o contexto histórico, as principais dinâmicas, conflitos e estratégias, considerando a relação rural-urbano existentes nas comunidades quilombolas de Salvaterra, evidenciando como ela se expressa na comunidade quilombola Caldeirão. Para análise de dados, adota-se uma abordagem predominantemente qualitativa, fundamentada por referências bibliográficas e trabalho de campo, pautando teoria e prática que englobem a subjetividade dos sujeitos – os quilombolas. Aponta-se para a necessidade de enterder Salvaterra em sua composição etinica e sócio cultural de forte influência indígena, colonizado por frades jesuítas, que já atraiu muitos negros escravizados, e os mesmos territorializaram-se no lugar. Hoje seus descententes reivindicam seus direitos quilombolas em prol de justiça aos seus antepassados que trouxeram para o lugar parte da identidade sóciocultural. As lutas, conflitos e estratégias utilizadas até hoje pelas comunidades negras traduzem um cenário de relidade, historicamente, imposta a eles, que criam estratégias de sobrevivências pautada na coletividade entre as 17 comunidades quilombolas de Salvaterra. No processo de análise sobre a relação rural-urbano protagonizada pelos quilombolas de Salvaterra, e em especial de Caldeirão, captura-se elementos do cotidiano que demostram a naturalidade da interação. Evidencia-se a comunidade quilombola Caldeirão formada enquanto comunidade em detrimento da relação rural-urbano, interagindo cotidianamente em suas especificidades, mostrando que rural e urbano são também espaço de luta e de direitos que se espressam na cultura quilombola, presente nas necesidades cotidianas que caracterizam o espaço de vida dos sujeitos das comunidades de Salvaterra. Os deslocamentos evidenciados no processo apresentam-se como uma fronteira de interação rural-urbano. A relação rural-urbano no território marajoara, assim como em Caldeirão modela novas estratégias de sobrevivência sobre os conflitos existentes, os riscos e as necessidades, impondo novas demandas de acesso a políticas estruturais, assim como, a luta política necessária a conquista dos títulos de seus territórios quilombolas.

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  • RAYANNI CORREA CABRAL
  • Produção de açaí na Microrregião de Cametá: Indicação Geográfica e a perspectiva do desenvolvimento territorial

  • Orientador : BENEDITO ELY VALENTE DA CRUZ
  • Data: 29/06/2023
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  • O açaí é um dos principais componentes da dieta alimentar do paraense, e nos
    últimos tempos passou a figurar como um dos principais frutos na pauta de
    exportação do Estado do Pará. O presente trabalho discutir a relevância de
    uma Indicação geográfica (IG) do açaí produzido na Microrregião de Cametá.
    Para atingir esse objetivo o trabalho foi desenvolvido por meio de uma
    pesquisa de natureza qualitativaquantitativa, pois visou a utilização de
    questionários, entrevistas, análises e produção de dados estatísticos, partindo
    do ponto de vista de relatos sociais de natureza discursiva. Foram adotados os
    procedimentos metodológicos de pesquisa bibliográfica levantamentos de
    dados (fontes secundárias e primárias) e trabalho de campo realizado no
    mercado do Ver-Peso, como principal centro comercial do Estado do Pará e
    nas indústrias de processamento de açaí da Microrregião de Cametá. Foi
    utilizado levantamento de dados oficiais em órgãos governamentais, além da
    pesquisa documental como instrumento metodológico de coleta de informações
    muito importante para realização da análise de relatórios do IBGE, associação
    e demais instituições. A base teórico-conceitual da pesquisa está
    fundamentada no conceito de indicação geográfica entendida como um registro
    de qualidade que garante proteção ao nome do produtor, ao produto e ao seu
    território de produção, sendo apontada assim, como uma ferramenta de
    indução de desenvolvimento de base local-territorial. Os principais resultados
    da pesquisa apontam a relevância da potencialidade de uma indicação
    geográfica do açaí para Microrregião de Cametá, tendo como base os dados
    coletados de reconhecimento do fruto no comércio e nas indústrias. Foram
    apontadas localidades de preferência que possuem características
    semelhantes de produção na região. Constatou-se ainda que o processo de
    qualificação de produção do açaí na região ainda é precário e precisam vencer
    etapas na erradicação do trabalho infantil e na formalização técnica de
    extração do produto que ainda é muito arriscado. A Indicação Geográfica é
    apontada como solução dessa problemática, uma vez que, ela obedece a
    critérios legislativos, sociais e possibilita a ampliação da qualificação da
    produção por todo território.

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  • CYNTHIA VILHENA DAS NEVES
  • “Implicações socioambientais da mineração na Amazônia: um estudo de caso da Comunidade Bom Futuro em Barcarena – Pará

  • Orientador : AIALA COLARES DE OLIVEIRA COUTO
  • Data: 30/06/2023
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  • A mineração representa um grande reduto de riquezas do país, todavia, sua atividade causa diversos impactos ambientais nos locais onde elas são desenvolvidas, afetando principalmente localidades e grupos sociais do entorno do empreendimento por conta da ausência de fiscalização. O município de Barcarena representa este campo em que tensões e desastres compõem o cotidiano, no qual diversos atores sociais estão envolvidos em lutas e disputas, quanto ao uso de seus recursos. Estão em atividades um conjunto de operações que sinalizam para a ocorrência de desastres. Nesse contexto, o presente trabalho propõe-se a abordar o crime ambiental provocado pela empresa minero metalúrgica Hydro Alunorte no território do município de Barcarena/PA em fevereiro de 2018, acusada de cometer crimes ambientais ligadas ao processamento de bauxita em óxido de alumínio, fato este evidenciado após o episódio envolvendo o transbordamento de efluentes da bacia de rejeitos da mineradora, após fortes chuvas, afetando diversas comunidades ribeirinhas próximas ao empreendimento. A comunidade Bom Futuro, objeto de estudo dessa pesquisa, é uma das áreas localizadas no entorno da Hydro Alunorte, afetada diretamente pela lama vermelha no dia do vazamento. Assim, o objetivo desse trabalho é analisar as implicações socioambientais que esse evento trouxe para o território da comunidade Bom Futuro, buscando averiguar de perto este crime ambiental sob a percepção dos principais atingidos pela mineração, buscando entender como esse processo impactou na área de estudo diante do fato ocorrido. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, estudo de campo onde utilizou-se as técnicas de entrevista semiestruturada, observação participante e análise dos relatórios de vigilância ambiental, de laudos oficiais e o tratamento dos dados coletados seguiu as etapas de descrição, análise e pesquisa bibliográfica. Os resultados obtidos com o desenvolvimento dessa pesquisa apontam que o crime ambiental da empresa Hydro na área da comunidade Bom Futuro como responsável por um processo de mudanças de ordem socioambiental que em função dos despejos irregulares de resíduos industriais da refinaria, tem alterado profundamente os modos de vida dos moradores, assim como as relações estabelecidas entre si e o meio natural. Os laudos dos institutos de pesquisa comprovam que houve contaminação diante do extravasamento impactando diretamente os corpos hídricos da comunidade, com metais acima do permitido pela legislação segundo a resolução 357/05 do CONAMA, comprometendo o solo, além de ocasionar a perda da biodiversidade tanto em relação à fauna quanto à flora.

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  • NONATO SOUSA GONCALVES
  • Mapeamento e tipologia dos conflitos por água na sub-bacia do Rio Auí-Açu - TAILÂNDIA-PA.

  • Orientador : FRANCISCO EMERSON VALE COSTA
  • Data: 30/06/2023
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  • A dissertação teve como objetivo geral compreender os conflitos decorrentes do uso e apropriação dos recursos hídricos na sub-bacia do rio Auí-Açu, por meio do mapeamento e tipificação desses conflitos, considerando a atuação dos usuários e atores sociais, bem como os múltiplos usos da água. Para alcançar esse objetivo, foram utilizados diversos trabalhos como referência, incluindo Bordalo (2019), Ribeiro et al. (2019), Tozi e Ribeiro (2022), Cunha (2012), Moreira et al. (2016), Costa, Sombra e Bordalo (2019), Rabelo et al. (2021), Gusmão, Sombra e Costa (2020). A pesquisa foi realizada na sub-bacia do rio Auí-Açu, que abrange os municípios de Tailândia e Moju. Nesse contexto, foram identificados e analisados os conflitos relacionados ao uso e apropriação dos recursos hídricos, levando em consideração as diferentes atividades desenvolvidas pelos usuários e atores sociais. Os resultados indicam que os conflitos estão pautados sobre as múltiplas formas de usos da água, e que a ausência de mecanismos de gestão também contribui para a ocorrência destes.

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  • IVANEY DOS SANTOS CARDOSO
  • CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS ENVOLVENDO OSTREICULTORES NA RESEXMAR MOCAPAJUBA NO MUNICÍPIO DE SÃO CAETANO DE ODIVELAS - PARÁ

  • Data: 13/07/2023
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  • Entre as Reservas Extrativistas Marinhas (RESEX) existentes no território brasileiro, as instituídas na Zona Costeira do Estado do Pará (ZCPA) têm como função, além de assegurar o uso sustentável dos recursos naturais e garantir os meios de vida e a cultura das comunidades tradicionais. Porém, passou a ter uma visão da natureza oriunda da dicotomia entre sociedade e meio ambiente, e têm ocasionado conflitos entre destinos atores/sujeitos sociais que possui visões e interesses diversos sobre a natureza e seus recursos. Dessa forma, a presente pesquisa buscou identificar e investigar os conflitos socioambientais que envolvem os ostreicultores na RESEX-MAR Mocapajuba, no Município de São Caetano de Odivelas – Pará. Tomando como ferramenta de análise a categoria geográfica do território, além das perspectivas da Ecologia Política e Justiça Ambiental, buscou-se realizar uma pesquisa de natureza exploratória de abordagem quali-quantitativa nas comunidades de Pererú de Fátima e Alto Pererú, situadas no município de São Caetano de Odivelas/PA. Através da realização de revisão bibliográfica e documental e, também, de observações e entrevistas semiestruturadas com ostreicultores, responsáveis pelas associações comunitárias, membros do Conselho Deliberativo da RESEX-MAR Mocapajuba e com o analista ambiental do ICMBIO, buscou-se analisar as diferenças tipologias de conflitos socioambientais que envolvem os ostreicultores. Evidenciou-se, assim, que os conflitos ocorrem pela disputa entre os produtores de ostra com outros grupos sociais, aqui identificados como pescadores redeiros, donos de embarcações e camaroeiros, que disputam o uso do recurso natural e acesso ao território. Em Alto Pererú os conflitos são mais recorrentes, com histórico de atritos com os donos de embarcações locais, e atualmente, vem enfrentando problemas com os pescadores de rede e camaroeiros. Já em Pererú de Fátima, os conflitos são menos recorrentes, em função da sua localização. Pois, o cultivo de ostra está localizado num perímetro do rio mais largo. Mesmo assim, foram relatados problemas com as embarcações que passam pelo rio durante a maré baixa, o que é prejudicial para o cultivo. Com relação ao conselho deliberativo, os membros entrevistados são enfáticos em afirmar que a gestão da RESEX-MAR Mocapajuba pouco tem avançado, o que reflete na ineficiência e na ausência de políticas públicas. O analista ambiental (ICMBIO), no que lhe concerne, admitiu possuir muitas limitações para gerenciar a RESEX, em virtude das grandes demandas, que envolve todas as sete RESEX do NGI - Salgado Paraense. A falta de recursos humanos e financeiros, e constante mudança dos responsáveis pelos órgãos, prejudica a eficiência na gestão da UC, a qual encontra-se sem previsão para a elaboração de seu plano de manejo. Portanto, ficou claro a ineficiência do órgão gestor o que justifica o agravamento e os surgimentos de outras tipologias de conflitos socioambientais na RESEX-MAR Mocapajuba

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  • FABIO HENRIQUE GOMES PONTES
  • Fricções Territoriais entre Agricultura Camponesa e Mineração no Sudeste Paraense. O Caso da APA do Gelado

  • Orientador : FABIANO DE OLIVEIRA BRINGEL
  • Data: 14/09/2023
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  • Desvendar a relação de poder assimétrica entre Neoextrativismo e o Campesinato na região mineradora de Carajás, é nesse viés em que consiste o esforço de pesquisa demonstrado, parcialmente, neste artigo. Destacamos para isso, ser necessário a relação entre a dimensão ambiental da Questão Agrária na Amazônia. No primeiro semestre de 2021 adentramos na Área de Proteção Ambiental do Igarapé Gelado, APA do Gelado, localizada na Floresta Nacional de Carajás – FLONACA, no Sudeste do Pará, l0cus do nosso estudo. Para a coleta de dados, utilizamos documentos institucionais (IBAMA, ICMBio e VALE). Contudo, a etapa principal da nossa pesquisa foi o trabalho de campo. Utilizamos como técnica de pesquisa, gravações de áudio e entrevistas semiestruturadas, a qual busca dialogar entre o momento da conquista da terra e a relação estabelecida entre a Vale e as famílias camponesas. Além disso, utilizamos fotografias para aproximar o leitor da realidade imagética de nossa pesquisa. Em outros momentos, o uso do diário de campo foi imprescindível. Percorremos os lotes dos colonos que ainda resistem no território. Discorremos sobre isso porque muitas famílias sofreram impactos profundos em seu modo de vida e de produção e, logicamente, em sua reprodução social camponesa. Barragens, vigilância e uso restrito ao território na APA são alguns dos elementos constrangedores às territorialidades dessas unidades familiares. Os dados nos induzem a problematizar a ação da prática mineradora, promovida principalmente pela Vale, que reforça as contradições próprias da sua atividade, causando problemas ambientais ao converter os bens comuns em uma lógica de acumulação permanente. Como consequência, intensifica-se os conflitos territoriais e, contraditoriamente, se abrem possibilidades para a permanência das famílias camponesas que têm resistido no território e construindo sua liberdade tecidas no trabalho diário com a terra.

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  • LENARDO ANSELMO CAMPOS DE OLIVEIRA
  •  

    A DINÂMCIA DE ALTERNÂNCIA PEDAGÓGICA NA REGIÃO INSLUSAR DE BELÉM: UM ESTUDO QUALITATIVO NA CASA ESCOLA DA PESCA

     

  • Orientador : ANTONIO DE PADUA DE MESQUITA DOS SANTOS BRASIL
  • Data: 29/09/2023
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  • Este trabalho intitulado A dinâmica de alternância pedagógica na região
    insular de Belém: um estudo qualitativo na casa-escola da pesca, é um estudo
    qualitativo que investigou as percepções dos professores da Educação de
    Jovens e Adultos (EJA), sobre a implementação de métodos de ensino
    inovador na sala de aula. A pesquisa foi realizada em uma escola urbana, com
    dinâmica e características rurais, onde uma variedade de abordagens
    pedagógicas inovadoras foram introduzidas como parte de uma iniciativa de
    melhora educacional, além de considerar a perspectiva das pessoas envolvidas
    e seus diferentes ponto de vista sobre a mesma situação. Para tal, utilizou-se
    entrevistas semiestruturadas e análise de conteúdo, exploramos as
    experiências, desafios e oportunidades percebidos pelos professores ao adotar
    esse método de ensino. Ademais, tende a ser um instrumento de aproximação
    da diversidade ribeirinha com um olhar à educação do campo, realizando uma
    leitura geográfica da pedagógica da alternância e as distintas geografias
    presentes nesse processo: a geografia escolar, a geografia ribeirinha e a
    vivenciada na escola. Como objeto geral de investigação incorpora elementos
    da cultura, história, geografia e desafios específicos da região insular de Belém
    no currículo, tornando a educação mais conectada à realidade local,
    envolvendo ativamente a comunidade na construção do processo educativo,
    promovendo parcerias entre escolas e organizações locais para enriquecer a

    experiência educacional. Bem como, implementar uma abordagem de
    alternância pedagógica, a fim de permitir diferentes formas de aprendizado,
    como períodos de estudo teórico na escola intercalados com períodos de
    prática na comunidade. Garantir que a dinâmica de alternância pedagógica
    seja inclusiva, atendendo às necessidades de diversos grupos étnicos,
    socioeconômicos e culturais presentes na região. Portanto, no intuito de
    estudar e compreender a Casa-escola da Pesca, pensou-se em dois recortes:
    Primeiro, de forma conceitual, O que estudar? Qual o conceito de escola para o
    modelo pedagógico adotado no PPP? Como identificar os elementos
    envolvidos na comunidade e a sua relação com a escola?. Segundo, uma
    análise temporal do campo de investigação da Casa-escola da Pesca (CEPE),
    visto que a dinâmica da alternância é atual. Então, analisar os processos de
    influência que norteiam a localização que a escola pertence, é algo que
    interfere na relação escola e comunidade. Para tal, fazer a escolha
    metodológica da pesquisa, analisar o encontro dos saberes e definir as
    ferramentas bibliográficas e entrevistas relevantes para o enriquecimento da
    pesquisa de campo. Os resultados revelaram uma variedade de percepções
    entre os participantes, desde entusiasmo e motivação até preocupações com a
    adaptação e resistência à mudança. As principais áreas de interesse incluíram
    a eficácia percebida desses métodos de ensino no engajamento dos alunos e
    na facilitação da aprendizagem, bem como os desafios enfrentados pelos
    professores na implementação prática, como a falta de recursos e apoio
    institucional. Além disso, foram identificadas questões relacionadas à formação
    profissional e ao desenvolvimento contínuo de habilidades pedagógicas
    necessárias para a implementação eficaz dessa modalidade de ensino.
    Portanto, este estudo contribui para uma compreensão mais profunda das
    perspectivas dos professores sobre a implementação de métodos de ensino na
    escola, fornecendo insights valiosos para informar políticas e práticas
    educacionais que promovam a inovação e a excelência na educação.

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  • SIDCLAY SANTOS FURTADO
  • TERRIORIALIDADE RIBEIRINHA NA COMUNIDADE DE PIRIQUITAQUARA- ILHA DO COMBU-PA

  • Orientador : CATIA OLIVEIRA MACEDO
  • Data: 10/10/2023
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  • Em meio ao quadro das transformações profundas registradas na Ilha do Combú-Pa,
    esta dissertação tem como objeto de estudo as territorialidades presentes na
    comunidade de Piriquitaquara. Busca-se, então, compreender como essas
    territorialidades se posicionam, demarcando um território e um modo de vida
    particular. Nessa oportunidade abordaremos sobre os aspectos, econômicos,
    religiosos, políticos e sociais, a fim de mergulhar nas relações cotidianas locais
    revelando, de certa forma, esse território e seu modo de vida. Para alcançar os
    objetivos mencionados, a metodologia da dissertação se deu a partir da compreensão
    teórica e metodológica da relação do homem ribeirinho com a natureza, suas relações
    sociais, seus construtos culturais, políticos e econômicos. Utilizou-se de uma
    abordagem qualitativa com uso do trabalho de campo e observação participante. Os
    resultados indicaram que vêm ocorrendo profundas transformações na dinâmica
    territorial da comunidade, fruto de fatores externos, sobretudo da dinâmica do capital
    global que avança na incessante corrida pelo domínio da natureza nessa região, bem
    como, fatores internos mais pontuais, como relações de trabalho, dinâmica do turismo,
    mercantilização da terra que interferem diretamente no cotidiano e no universo das
    relações comunitárias.

2022
Dissertações
1
  • SÂMMYLA CYNDY DE OLIVEIRA NEVES PEREIRA
  • ENSINO DE GEOGRAFIA NA BEIRA DO RIO: INTERFACES ENTRE CURRICULO E SABERES EM CAMETÁ, PARÁ.

  • Orientador : CATIA OLIVEIRA MACEDO
  • Data: 02/02/2022
  • Mostrar Resumo
  • A presente estudo relaciona-se com a sub linha “Ensino de Geografia e Educação do Campo” da linha de pesquisa: “Análises Socioespaciais e Territoriais no Campo da Amazônia”. Tem por objetivo geral: compreender as interfaces/ as relações entre o currículo de Geografia e os Saberes ribeirinhos em Cametá- Pará. O município em questão, localiza-se no nordeste paraense e apresenta na sua composição populacional uma grande representatividade de populações residentes nas áreas rurais (56,3%). Dentre essas populações, estão as ribeirinhas, ou seja, aquelas que vivem na beira do rio, na região das ilhas de Cametá e nesse contexto espacial constroem seus saberes e modos de vida. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação de Cametá (2020), 48% das escolas que compõe a rede pública de ensino deste município, estão localizadas em comunidades ribeirinhas, portanto consideramos importante trazer para o cenário das pesquisas em geografia na Amazônia a temática em questão. Optamos por focar a análise do currículo de geografia do ensino fundamental (anos finais- 6° ao 9° ano). Em relação aos saberes ribeirinhos, esse estudo buscou identifica-los a partir da observação participante na comunidade ribeirinha denominada Pacuí de Cima, que faz parte do cotidiano desta pesquisadora que também é professora da rede municipal de Cametá e trabalha na escola inserida na comunidade em questão. Consideramos a abordagem qualitativa do tema em questão, buscando através de trabalho de campo, registros fotográficos, analise documental e entrevistas abertas e semiestruturadas alcançar os objetivos propostos. Como resultados, constamos que o currículo de geografia do município de Cametá do anos finais do ensino fundamental foi construído na sua totalidade a partir do que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) considera como aprendizagens essenciais, não se observando para esse componente a construção de uma parte diversificada, onde temas como saberes das populações ribeirinhas poderiam ser abordadas. Apesar disso, encontramos algumas possibilidades no currículo de geografia em questão, para interfaces com os saberes das populações tradicionais, mas que estão circunscritas a outros fatores.

2
  • RAFAEL HENRIQUE MAIA BORGES
  • DINÂMICAS TERRITORIAIS EM ESPAÇOS URBANOS COMPLEXOS: A VIOLÊNCIA HOMICIDA EM ANANINDEUA, ÁREA METROPOLITANA DE BELÉM/PA.

  • Orientador : CLAY ANDERSON NUNES CHAGAS
  • Data: 04/02/2022
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  • Os espaços urbanos são constituídos de inúmeras especificidades, que em conjunto formam ambientes complexos, destacando-se as desigualdades socioespaciais e sobretudo, as diversas faces da criminalidade que atingem parcelas expressivas da população citadina, enquanto elementos estruturantes dessas realidades. Então, ao falar sobre as cidades, torna-se necessário adotar uma visão mais abrangente, de modo a se considerar, por exemplo, as ações de agentes históricos e reais, que em meio a um jogo social, através de seus objetivos as formam. Nesse cenário múltiplo e diverso foi possível encontrar, a partir de uma perspectiva geográfica e cartográfica centrada nos conceitos do espaço e do território, uma maneira mais ampla e aproximada de analisar tais questões. Como parte disso, apresenta-se Ananindeua, enquanto espaço metropolitano de Belém/PA, formada por contrastes, pois à medida que representa uma das áreas mais importantes para as estratégias políticas e econômicas paraenses, simultaneamente, condiz a um centro de problemáticas e dilemas, como as mazelas sociais e o elevado quantitativo de ocorrências criminais, o que comumente o torna segundo município mais violento do Estado no Pará, em relação a violência homicida. Desse modo, constatandose isso, o objetivo principal dessa pesquisa consistiu em compreender as dinâmicas espaciais e territoriais que envolvem os homicídios dolosos ocorridos em AnanindeuaPA, entre os anos de 2018 e 2020, a partir do contexto socioespacial de cada uma das áreas que a compõem. Os procedimentos metodológicos basicamente pautaram-se em revisões bibliográficas, levantamento e análise de documentos, dados e informações referentes ao local de estudo, além da prática de trabalhos exploratórios, com a aplicação de entrevistas aos atores que a constroem diariamente, bem como parcelas primordiais dessa pesquisa, tornaram-se possível a partir de produções cartográficas que possibilitaram a visualização dos comportamentos criminais, como a observação das zonas em que se concentram um determinado delito. Os resultados obtidos evidenciam que as conjunturas existentes são reflexos de territorialidades consumadas por múltiplos agentes, que criam e fortalecem traços como a pobreza e a segregação, assim como influenciam nas execuções das mortes violentas, além disso este trabalho traçou um panorama das principais características que envolvem os homicídios, os modus operandi e a situação de cada uma das vítimas, que centram nos jovens os principais alvos. Por tais razões, a geografia e a cartografia, muito tem a contribuir ao trazer à tona através de seus mecanismos parte das questões vivenciadas pela população local.

3
  • MAELI DE SOUZA CALDAS
  • PRECARIEDADE NAS RELAÇÕES DE TRABALHO EM CIDADES INTERMEDIÁRIAS AMAZÔNICAS: UMA ANÁLISE DE ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS URBANOS EM CAMETÁ E ABAETETUBA, NA REGIÃO TOCANTINA

  • Orientador : WILLAME DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • Data: 24/02/2022
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  • A presente pesquisa visa analisar a precariedade nas relações de trabalho em atividades de prestação de serviços urbanos nas cidades da Amazônia Tocantina, especificamente Cametá e Abaetetuba, bem como suas implicações socioespaciais. Diante do exposto, a problemática deste trabalho enfoca a precariedade existente nas relações de trabalho, encontradas nos espaços urbanos em cidades da Amazônia Tocantina, especificamente, em Cametá e Abaetetuba. A partir de tais debates e concepções considera-se a importância de compreender o trabalho precário, especialmente no contexto aqui estabelecido, isto é, em suas inter-relações com a dimensão espacial e, mais ainda, por se tratar do contexto socioespacial de cidades da Amazônia Tocantina. A presente pesquisa possui cunho qualitativo e se praticou a pesquisa de campo. Considerando o resultado final da pesquisa e as discussões levantadas, as atividades de mototaxistas e peixeiros nas cidades de Cametá/PA e Abaetetuba/PA se espacializam em condições marcadas pela precariedade e assim remetem à dinâmica do trabalho precário e às suas implicações na vida do trabalhador, quando considerados fatores como renda, jornada de trabalho, educação, saúde, espaços de moradia, dentre outros.

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  • JEANNY FARIAS COSTA
  • Redes nacionais e internacionais de atacarejos e implicações
    socioespaciais na cidade média de Castanhal, Pará

  • Orientador : WILLAME DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • Data: 24/08/2022
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  • A presente pesquisa abrange as implicações socioespaciais na atuação do comércio de redes nacionais e globais de atacarejos (Assaí, Atacadão e Mix atacarejo) na cidade de Castanhal, localizada na região nordeste do Pará. Esse segmento tem gerado transformações importantes nos espaços urbanos e na rede urbana, como evidencia a análise da realidade brasileira e paraense e atravessa um período de transformações frente ao papel desempenhado pelo grande capital. Verificou-se que os atacarejos se caracterizam por reunir características do varejo e do atacado, reduzindo preços mediante a diminuição de custos. Nesse sentido, o trabalho objetivou analisar as implicações socioespaciais das atividades de atacarejos, integrantes de redes de atuação nacional e internacional, para a cidade média de Castanhal. Debruçou-se sobre as principais características de funcionamento dessas atividades, bem como suas estratégias econômicas e espaciais, realçando os efeitos da instalação das redes no centro de bairro do Jaderlândia, marcado por atividades do circuito inferior da economia urbana na cidade. Os pequenos comércios varejistas caracterizados como lojas do circuito inferior da economia urbana reafirmam novas facetas e revelam mudanças e permanências nas suas novas formas de atuação. Realizaram-se estudos bibliográficos, documentais e pesquisa de campo, com aplicação de entrevistas juntos aos consumidores das redes de atacarejos, aos moradores do entorno dessas redes e proprietários do circuito inferior no bairro Jaderlândia. Com a introdução das redes de atacarejos a partir de 2016 em Castanhal, estas desempenham um significativo papel na cidade de ampliação de bens e serviços em escala regional e local com importantes transformações na organização interna da cidade. Criaram-se novas espacialidades ao entorno das redes, melhoramentos na infraestrutura, de serviços, emprego, renda e de segurança. O atacarejo surgiu da necessidade de mudança do mercado varejista em virtude das necessidades diferenciadas dos consumidores atuais, com isso, o funcionamento é organizado de forma híbrida. No entanto, utiliza dois tipos de mercados: o autosserviço e o pague leve, assim, atendem tantos comerciantes como consumidores familiares. Tal mudanças do mercado varejista, implica saber a relação com o circuito inferior da economia urbana, ou seja, os pequenos comércios varejistas, que veem-se sob a necessidade de inovar-se, adotando estratégias de mudanças para permanecer no mercado. O cenário atual do segmento comercial de atacarejos na cidade de Castanhal é marcado pela resistência dos pequenos varejistas diante do grande capital e, ao mesmo tempo em que as novas relações concorrenciais demonstram que, no bojo do avanço técnico e da modernização dos segmentos econômicos, formas antigas e novas de comércio convivem e se relacionam, (re)configurando e (re)definindo a dinâmica espacial das cidades.

5
  • RAISSA LOPES PAES
  • Circuito espacial da pimenta do reino: Implicações na reprodução socioeconômica dos produtores familiares no município de Cametá-PA

  • Orientador : BENEDITO ELY VALENTE DA CRUZ
  • Data: 26/08/2022
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  • O projeto de qualificação submetido a avaliação
    composta pelos avaliadores prof. Dr. Fabiano Bringel
    (UEPA) e prof. Dr. Márcio Cataia (UNICAMP) está sob
    orientação do prof. Dr. Bendito Ely Valente da Cruz
    (UEPA) e tem por título Circuito espacial da pimenta do
    reino: Implicações na reprodução socioeconômica dos
    produtores familiares no município de Cametá-PA.
    O presente trabalho é composto pela primeira
    parte onde está detalhada a vivência acadêmica no
    Programa de pós-graduação na Universidade do Estado
    do Pará (PPGG), na segunda parte dá-se enfoque a
    pesquisa em si, bem como aos elementos da pesquisa:
    problemática, objetivos, justificativa, recorte espacial,
    metodologia e tratamento dos dados. A posteriori é
    agrupado dois capítulos da dissertação e ao final dados de

    campo referentes a construção do 3º e 4º capítulo.

6
  • NANDARA SAMYLE LIMA DOS SANTOS
  • USOS DOS RECURSOS NATURAIS E CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NA RESEX-MARINHA DE TRACUATEUA-PA

  • Data: 29/08/2022
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  • Não é de hoje, que as questões socioambientais vem sendo palco de intensos debates, principalmente quando nos referimos ao futuro da humanidade. Isso se deu a partir do momento em que a sociedade passou a problematizar suas ações sobre o meio ambiente, refletindo sobre os níveis de impactos e desiquilíbrios ambientais historicamente desencadeados. Sendo que esses desiquilíbrios passaram a gerar controvérsias e conflitos entre as sociedades. No campo da geografia, busca-se difundir discussões acerca da dinâmica socioambiental a partir de estudos que compreendem os níveis de transformações do meio ambiente, da paisagem, do intercâmbio entre sociedade e natureza. Aqui almejamos difundir discussões acerca de conflitos socioambientais que afloram das ações de artificialização da paisagem, respectivamente na Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua – REMT, no litoral do Pará. Para tanto, fundamentamo-nos na concepção teórico-metodológica do G.T.P para compreendermos os aspectos fisiográficos da Unidade de Paisagem de campos Alagados, perceber as relações territoriais e socioeconômicas que ali se instauram e perceber, diante da paisagem humanizada culturalmente e historicamente, os conflitos socioambientais que se desenham no âmbito dos impactos que o meio biofísico vem sofrendo ao longo dos anos. Para tanto, estipulamos como objetivo geral, compreender os conflitos socioambientais na paisagem de campos alagados na RESEX-MAR de Tracuateua-PA, a partir de diferentes usos. Destaca-se, também, os seguintes objetivos específicos:  I- Apresentar os aspectos fisiográficos da paisagem de campos alagados na comunidade da Chapada; II- Discorrer sobre o processo histórico de ocupação da paisagem de campos alagados na comunidade da Chapada; III- Identificar os principais usos dos recursos naturais na paisagem de campos naturais na comunidade da Chapada e IV- Identificar e analisar os  principais conflitos socioambientais que ocorrem na paisagem de campos na comunidade da Chapada, RESEX-MAR de Tracuateua-PA. Para o desenvolvimento deste estudo, foi necessário realizar revisão bibliográfica e documental, desenvolvimento de acervos cartográficos como mapas e croqui, bem como trabalhos de campo, onde foram coleados dados através de entrevistas e realizou-se a retirada de fotografias da comunidade da Chapada, nosso recorte empírico. Em nossa pesquisa, percebemos que os conflitos socioambientais na comunidade da Chapada, acontece a partir de impactos oriundos de diversos usos da paisagem de campos alagados, o que desencadeia divergências entre a população usurária. Assim percebemos que a política ambiental na categoria Resex apresenta fragilidades no que tange a proteção do meio ambiente, se traduzindo apenas como política que garante a criação de reserva de valor e/ou capital natural ao ecocapitalismo – uma geopolítica ambiental. Haja vista que os planos ou acordos de gestão pouco fazem efeito quando se refere a implementação do uso sustentável do território, além de suas diretrizes causarem estranheza entre as populações usuárias. Num âmbito institucional, a associação da REMT se mostra apática e/ou pacífica no que se refere ao enfrentamento dos impactos socioambientais para a resolução de conflitos socioambiental.

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  • BRUNO RENAN DE JESUS SOARES
  • Produção de moradias precárias e urbanização regional policêntrica em periferias distantes da cidade-região de Belém

  • Orientador : WILLAME DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • Data: 30/08/2022
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  • Este trabalho tem por objetivo identificar e analisar os agentes inseridos na de produção de moradias precárias apresentadas com base em estudos produzidos pelo  IPEA (CARDOSO, 2016)[1] a partir do processo de urbanização regional-policêntrica[2] de Belém e sua formação enquanto cidade-região abordada por Ribeiro (2018; 2021)[3]. Verificar as modalidades de moradias precárias em periferias distantes de Belém e suas particularidades dentro dos aspectos que proporcionam essa nova dinâmica policêntrica. A proposta busca alcançar os fatores que aproximam essas moradias da condição de precariedade, dando suporte para a compreensão da (in)justiça espacial em periferias distantes no âmbito do processo de urbanização regional policêntrica, no qual há a necessidade de se promover a justiça espacial para os grupos sociais menos favorecidos. O locus da pesquisa situa-se na presença de moradias precárias do espaço metropolitano e seu entorno, como parte do processo de expansão, dispersão e consolidação, sendo estes o distrito de Mosqueiro, Benevides e Santa Bárbara do Pará. Essa expansão de moradias precárias não obedece aos limites administrativos dos municípios envolvidos, consolidando uma nova fase para essa região, principalmente nas áreas de inserção de moradias com características precárias. A partir do desenvolvimento da análise pretende-se evidenciar a relevância dos conjuntos habitacionais, ocupações e loteamentos, imersos numa condição precária, enquanto elementos da composição dessa realidade em constante mudança no contexto da cidade-região de Belém sob o processo de urbanização regional policêntrica. No qual os sujeitos dessa pesquisa são os moradores de assentamentos com características precárias que, a partir de sua vivência, exponham as mudanças ocorridas por consequência destes processos, visto que estes agentes são produtos e condicionantes primordiais para a compreensão da dinâmica dos espaços periféricos. Os objetos da pesquisa possuem características de um estudo amplo, com abordagem de fenômenos existentes na sociedade, mas que atingem de formas diferentes e desiguais determinados grupos sociais. Estes processos necessitam de uma análise concisa que envolva respostas para fenômenos socioespacias presentes na cidade-região. A justificativa dessa pesquisa pauta-se na vivência do meio urbano periférico de Belém, uma vez que a realidade apresentada nestes espaços evidencia uma dinâmica com características específicas de processos de transformação e crescimento do espaço urbano associado intimamente à urbanização. Deste modo, é de significativa relevância para um pesquisador compreender os mecanismos que contribuem para formação da dinâmica socioespacial na qual esteja inserido. Nessa perspectiva, este processo busca instrumentalizar de modo teórico a discussão dos elementos que subsidiam as transformações no espaço urbano, voltados principalmente para os processos e a forma alcançada a partir desta interação. Em seguida será feita a contextualização de Belém e todo seu espaço metropolitano sob a ideia da estrutura, processo, forma e função atribuídas para a sistematização de uma nova dinâmica urbana. Por fim, Soja (2013) também expõe que a justiça espacial não pode se limitar apenas à luta pelos espaços públicos, ela deve se concentrar também na luta pela justiça e pelo direito à cidade. Quando destacou que “a luta pelo direito à cidade, [se resume em parte] com o objetivo de uma distribuição justa e equitativa dos recursos urbanos” (SOJA, 2013, p. 126). Por fim, os procedimentos metodológicos desta pesquisa serão elaborados a partir de etapas, consistindo em análise bibliográfica de autores da área para discussão de teorias vinculadas às abordagens teórico-metodológicas e conceituais com a finalidade de ter um embasamento consolidado para explicar as estruturas, processos, formas e funções da urbanização regional policêntrica associada à cidade-região de Belém e suas influências na produção e reprodução das moradias precárias na área de expansão e dispersão da cidade-região e Belém.



     

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  • EVERSON DA SILVA OLIVEIRA
  • A ABORDAGEM REGIONAL EM SALA DE AULA: uma análise do componente curricular de Estudos Amazônicos.

  • Orientador : ANTONIO DE PADUA DE MESQUITA DOS SANTOS BRASIL
  • Data: 31/08/2022
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  • As inquietações em compreender as transformações socioespaciais na Amazônia, sobretudo a partir de 1960, levou professores a pensarem em um componente curricular voltado para a abordagem regional na educação básica. Dessa forma, cria-se os Estudos Amazônicos enquanto uma disciplina escolar operacionalizada oficialmente no estado do Pará na década de 1990, com o intuito de propor o debate sobre a região. Desde então, várias questões problematizam essa discussão em termos de teoria e prática, uma vez que o componente a princípio é pensado para enfatizar os acontecimentos recorrentes nesse contexto e ganha novos papéis ao longo do tempo, como objetivos mais ligados à formação de cidadania, à manutenção e construção da identidade local/regional. Nessa perspectiva, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a abordagem sobre região na educação básica, no contexto da Amazônia, a partir do componente curricular de Estudos Amazônicos, que atualmente configura-se enquanto o único instrumento voltado a realizar este tipo de discussão. Os procedimentos e estratégias metodológicas se deram a partir de um vasto levantamento bibliográfico e documental para dar suporte teórico a questões voltadas à história dos Estudos Amazônicos, interdisciplinaridade, currículo e sobre a relevância do estudo sobre região. Escolhemos como recorte para a coleta de uma amostragem de dados, o município de Bujaru, no qual entrevistamos professores, gestores escolares e coordenadores pedagógicos, e também alunos de três escolas localizadas no espaço urbano, na intenção de obter uma base prática para a discussão. A partir destes procedimentos, buscamos alcançar os objetivos específicos de analisar a percepção de alunos, professores e gestores sobre o componente curricular de Estudos Amazônicos, verificar aquilo que se propõe para os Estudos Amazônicos em termos curriculares, compreender de que forma os Estudos Amazônicos apresentam-se dentro de uma perspectiva interdisciplinar e esclarecer a relevância do debate regional em sala de aula. Como resultados, percebemos que há visões reducionistas sobre a Amazônia, que em muitos casos é considerada apenas como rio e floresta, além disso há uma insuficiência em relação a embasamento curricular, pois as propostas estaduais e municipais ainda são muito dependentes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e dos componentes de História e Geografia, em termos de objetos e objetivos. Também observa-se que a proposta interdisciplinar pensada para os Estudos Amazônicos é comprometida por uma série de fatores, como o direcionamento de conteúdo, falta de materiais didáticos para esta discussão e a diversidade de profissionais que realizam este debate, que em muitos casos se traduz como um componente multidisciplinar. Verificamos a importância de estudar sobre região, uma vez que foi constatado que muitos sujeitos desconhecem a sua própria realidade e que há uma perda de identidade regional, que consequentemente se mostram através de concepções reducionistas e estereótipos sobre a Amazônia.

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  • HOLDAMIR MARTINS GOMES
  • (IN)JUSTIÇA ESPACIAL E O DIREITO À ESCOLA NÃO PRECÁRIA COMO HORIZONTE UTÓPICO

  • Orientador : ANTONIO DE PADUA DE MESQUITA DOS SANTOS BRASIL
  • Data: 31/08/2022
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  • O propósito deste trabalho se dispõe a problematizar, dentro de um enfoque teóricodiscursivo e empírico, o espaço público escolar precário como uma injustiça espacial. Para tanto, estuda o entendimento da (in)justiça espacial entrelaçando com o direito à escola não precária, em uma referência ao Direito à Cidade. Parte do pressuposto que o espaço escolar, enquanto suporte físico da educação, quando se encontra ancorado num contexto de precariedade, indignidade e deficiência, em suas condições físicas e ambientais, compreende-se como uma injustiça espacial, podendo se designar como fricção geográfica que segrega, exclui e diminui qualquer que seja a escala e a lente de observação. A metodologia possui natureza qualitativa, dentro de uma vertente crítica, integrada à técnica de pesquisa bibliográfica, documental, alicerçada no método empírico. Tratando-se de uma pesquisa descritiva e interdisciplinar. Como pesquisa vale-se também de estudo de campo, realizado em duas escolas belenenses e documentos. Como estudo, essencialmente, se quer mostrar, sublinhar e refletir teórico e discursivamente sobre a temática, a partir do espaço geográfico escolar belenense, como forma de aprimoramento do próprio espaço escolar, enquanto suporte físico da educação e enquanto possibilidade utópica de dignidade, humanização e justo espacialmente. Os resultados do presente trabalho informam da necessidade de se repensar o espaço físico escolar como detentor de potencialidades que melhoram a prática educacional, dignificando humanamente seus atores. Assim, analisa-se, ainda que incipientemente, as estreitas relações e interseções entre educação e espaço geográfico numa perspectiva e abordagem interdisciplinar, dialogando com a perspectiva potencializadora de uma educação mais libertadora a partir do espaço escolar.

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  • KELYTON HUGO COELHO DA COSTA
  • O CORPO-QUEER-RIBEIRINHO: Das R-Existências Corporificadas À Reivindicação Da Cidade Pela Paisagem

     

     

  • Orientador : AIALA COLARES DE OLIVEIRA COUTO
  • Data: 31/08/2022
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  • A partir da problemática: como o corpo-queer-ribeirinho produz paisagens de rupturas, co-instituindo imagéticas emergentes de um corpo-território geograficamente desorientador na cidade de Oeiras do Pará? Esta dissertação insere-se no campo temático das geografías LGBTQIA+ ou queers, propondo o diálogo entre as categorias da paisagem na direção de um possível território a partir da relação do corpo-queer-ribeirinho, conceito que emerge da relação entre 5 interlocutores e suas vivências em contexto urbano-ribeirinho, no recorte da amazônia marajoara e brasileira. Para tanto, elaboramos uma discussão bibliográfica entre autores da Geografia como Joseli Maria Silva (2008), Sara Ahmed (2004) e Algustin Berque (2019) em consonância com Butler (2019), Preciado (2014), dentre outros autores regionais e locais para a elaboração de uma geografía em diálogo fenomenológico com a Decolonialidade e a Teoria Queer. Nesta abertura de uma episteme queer e na sua potência em gerar novas narrativas entre o corpo e a cidade, objetiva-se comprender a (re)criação da paisagem como fundamento da emergência do corpo-território LGBTQIA+ nesta porção de Amazônia. Das ausências deste corpo em espaços institucionais de poder como a academia, por exemplo, buscamos contrastar com a esfera da rua, das margens e das vivências aquí co-rrelatadas pelos próprios sujeitos a reivindicação de um territorio e da cidade pela perspectiva cartográfica, que aqui chamamos de paisagens-queer-ribeirinhas. Uma articulação e busca de metodologias que embricaram-se a partir da abordagem da fenomenología como corrente teórico-metodológica e das historias de vida, de entrevistas semi-abertas e de múltiplas linguagens tais quais a fotografía documental, a performance em espaços públicos e a proposta do que aqui nos convencionou chamar de Cartografias Contrassexuais do Corpo-queer-ribeirinho. Registros que emergem como documentos científicos de arquivos-vivos à partir das estratégias de sobrevivência e práticas contra-hegemônicas de vida destes sujeitos; o que nos permitiu elaborar mapas articulando escalas existenciais, simbólicas, discursivas e territoriais de existências múltiplas que compõem a diversidade, outras métricas de representação/registro e a ruptura de Amazônias abjetas e de geografías de r-existência que emergem  das margens, da precariedade da vida e da cidade vivida, geocorporificada e subversiva diante do atual contexto de entre-crises econômicas, políticas , sanitárias (Covid-19) e sobretudo humanas.

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  • SERGIO LIMA DA SILVA JUNIOR
  • Produção do espaço, desigualdades socioespaciais e violência urbana: uma análise sociosespacial sobre a cidade de Castanhal, Pa

  • Orientador : CLAY ANDERSON NUNES CHAGAS
  • Data: 31/08/2022
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  • Os espaços urbanos estão constantemente sofrendo alterações, modificando e alternando o estilo e qualidade de vida da população. Presentemente, assiste-se assim a uma maior necessidade de estudar os fenômenos crescentes desses espaços, bem como proceder a um planejamento que vise melhorar a mobilidade e controlar a segurança interna das áreas urbanas, devido aos diversos problemas e necessidades que esses núcleos acarretam. Nesse cenário, a violência urbana desponta como um dos principais problemas enfrentados pelos habitantes desses núcleos, fazendo com que diversas áreas do conhecimento científico tencionem suas pesquisas para temática a fim de estabelecer um diálogo teórico que possa contribuir para a compreensão das causas que podem estar influindo na dinâmica da violência nessas áreas. Ressalta-se aqui que os crimes violentos são fenômenos urbanos associados a processos de desorganização nos grandes centros urbanos, nos quais ocorre um processo de deterioração dos mecanismos de controle. Nesse sentido, parte-se do pressuposto que o mesmo processo se desdobra na cidade de Castanhal, e em específico nos bairros destacados nessa pesquisa. Dessa forma, optou-se em analisar a dinâmica da violência urbana a partir das informações geográficas de produção do espaço urbano e desigualdades socioespaciais em Castanhal e sua relação com os homicídios ocorridos entre 2019 e 2021. A realização da pesquisa se deu por meio da revisão teórica, pesquisa de campo, entrevistas, análise de dados do Cadastro Único dos Programas Sociais – Cadúnico, análise documental da Prefeitura Municipal de Castanhal (PMC), Secretária de Segurança Pública (SEGUP), Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará (SEGUP), Secretaria Adjunta de Informação e Análise Criminal (SIAC), Universidade do Estado do Pará (UEPA) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pudemos compreender que dinâmica da violência urbana está associada ao processo de crescimento urbano concentrado e à ampliação das áreas de expansão das cidades que apresenta espaços precários de intensa pobreza, com a insuficiência de políticas públicas e registros de precários indicadores sociais. Os dados de homicídios foram analisados de forma qualitativa, e se constatou que nas áreas periféricas há um maior número de ocorrências. Assim, áreas de expansão e de pobreza tornam-se espaço de disputas e reduto do crime, já que existe uma espécie de vazio de poder deixado pela baixa participação do Estado. Dessa forma, através das discussões geográficas, pudemos identificar um inter-relacionamento intrínseco entre a criminalidade e desigualdade social, que pode ser constatado, inclusive, em análises de estática das vítimas de homicídios.

     

     

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  • SÉRGIO LUÍS BARBOSA DA SILVA
  • PAISAGENS AMAZÔNICAS NA VÁRZEA E TERRA FIRME: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DO CULTIVO DO AÇAÍ NO ESTADO DO PARÁ/BRASIL

  • Orientador : FRANCISCO EMERSON VALE COSTA
  • Data: 31/08/2022
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  • O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é conhecido por várias denominações como: açaí, açaí-do-Pará, açaí-de-touceira, açaí-de-planta, juçara, juçara-de-touceira e açaí-verdadeiro, no qual é facilmente encontrado nas áreas de várzea do estuário amazônico e se comporta como uma das principais fontes de alimentação para comunidades locais e, atualmente, tem uma expressiva importância comercial para diversos sujeitos sociais. A pesquisa está voltada para uma análise do cultivo do açaí em áreas de várzea e terra firme onde açaizais nativos manejados são distribuídos no estuário dos rios Tocantins, Pará e Amazonas e o plantio de açaizeiro em áreas de terra firme pode ser um meio viável para recuperação de áreas degradadas favorecendo a redução da pressão sobre o ecossistema da várzea e evitando a transformação em bosques homogêneos dessa palmeira. O objetivo principal da pesquisa é analisar as diferenças e semelhanças do cultivo do açaí no Estado do Pará em paisagens de várzea e a paisagens de terra-firme para realizar a comparação entre as políticas públicas voltadas para a extração do açaí no Estado do Pará. A pesquisa é justificada pela necessidade de buscar compreensão socioambiental em relação às diferenças do cultivo do açaí em paisagens de várzea e a paisagens de terra-firme, no qual se apresentam com especificidades geográficas, técnicas e culturais, bem como identificar as políticas públicas envolvidas nesse circuito espacial de produção. A metodologia do trabalho foi baseada em uma revisão bibliográfica a respeito da conceituação do que se entende por Paisagem, principalmente a de várzea do estuário amazônico, coleta de dados secundários em instituições públicas e privadas e em repositórios científicos com de intuito de incorporar informações relevantes para a análise das diferenças entre áreas de várzea e áreas de terra firme em relação ao cultivo do açaí e elaboração dos mapas temáticos. A partir dos anos 90 houve um crescimento do cultivo do açaí em áreas de terre firme, no qual interfere diretamente nos critérios de exportação e importação do fruto e na vida do extrator, que, apesar de toda a tecnologia já incorporada no campo, ainda se vê alheio às Leis Trabalhistas.Com isso, essa atividade ainda é extremamente insalubre para esse trabalhador.

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  • URSULA RODRIGUES DA SILVA
  • CIDADES E RIOS NA AMAZÔNIA: MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO SOCIAL NA CIDADE DE SÃO MIGUEL DO GUAMÁ – PA

  • Orientador : FRANCISCO EMERSON VALE COSTA
  • Data: 31/08/2022
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  • O presente estudo tem o intuito de compreender distintas funcionalidades e formas de relação entre cidade e rio em São Miguel do Guamá. Sua problemática se estrutura a partir da ausência de políticas públicas e/ou a nova dinâmica como principais distanciadores. Compreender as permanências ou mudanças com a implementação dos chamados “grandes projetos”, em especial a construção da Rodovia BR-010 (Belém-Brasília). O contexto histórico e as relações dos grupos sociais estabelecidas a partir das memórias de antigos moradores da cidade, da importância no cotidiano do contato/dependência com o Rio Guamá  (passado), a participação de comerciantes, vendedores e visitantes que desenham a representação social nas relações com a dinâmica no atual momento. A partir dos instrumentos metodológicos para o desenvolvimento da pesquisa, no que diz respeito à compreensão da utilização do Rio Guamá em diferentes períodos, os elementos de análise da pesquisa bibliográfica e documental de pressupostos teóricos que elucidaram conceitos relacionados à cidade.  Assim foram realizadas observações sistemáticas, entrevistas semiestruturadas, registros fotográficos, assim como se fez uso de fotografias cedidas por entrevistados, considerando os períodos e as atividades estabelecidas. Demonstrado por meio de entrevistas, com ênfase às memórias, representações sociais, paisagem pelo uso do software IRAMUTEQ. Assim constatamos que a formação socioespacial da cidade de São Miguel do Guamá, constituiu  relações diretas diante das temporalidades, com funções alteradas ou continuadas, significado à imagem do indivíduo na sociedade a especificidade histórica das cidades às margens de rio, com referências ribeirinhas. No que diz respeito à relação entre a cidade e o rio, percebeu-se o distanciamento, pela ausência de políticas públicas que se estenderam ao longo dos anos, consideremos o primeiro fator. O segundo se refere ao funcionamento do local e atividades que promoviam que causavam medo/receio o que representava para moradores e visitantes.  E por último, uma nova leitura da realidade aos contornos urbanos a tentativa de (re)estabelecer e fortalecer a repensar a gestão e as políticas urbanas para o espaço urbano. Podemos afirmar que a construção do Complexo Beira Rio, proporcionou o retorno das atividades, que outrora, foram paralisadas.


     

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  • ELSON PEREIRA DE ALMEIDA
  • TERRA INDÍGENA MÃE MARIA E OS CONFLITOS TERRITORIAIS QUE ATINGEM A ALDEIA KYIKATÊJÊ: UMA REVISÃO
    BIBLIOGRÁFICA

  • Orientador : FABIANO DE OLIVEIRA BRINGEL
  • Data: 09/09/2022
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  • A Terra Indígena (TI) Mãe Maria no Sudeste do Pará, sofre pressões advindas da pecuária, invasões nas suas terras para caça e coleta na mata, dentre outros. A abertura de Estradas, a linha de transmissão de alta tensão da Eletronorte, a construção de ferrovia entre São Luiz (MA) e Parauapebas (PA) trouxe para TI conflitos e danos socioambientais. A presente pesquisa tem como recorte espacial a aldeia Kyikatêjê, da TI Mãe Maria, no município de Bom Jesus do Tocantins na Região Sudeste do Pará. É importante analisar os danos ambientais presentes na TI Mãe Maria e na aldeia Kyikatêjê, pois, o que se observa é que não é levado em consideração os danos que atingem as comunidades indígenas, seu ambiente e seus costumes, sendo, portanto, necessário uma melhor avaliação dos estudos dos danos socioambientais que atingem os povos indígenas presentes na TI Mãe Maria. O objetivo central desse trabalho é analisar os conflitos territoriais causados na aldeia Kyikatêjê a partir da implantação dos grandes projetos governamentais implementados no estado do Pará, tendo em vista os danos culturais/identitários e os danos ambientais ocorridos no espaço da TI. Adotou-se como procedimento para o seu desenvolvimento a proposta de revisão documental bibliográfica acerca da temática. As discussões desenvolvidas nesta dissertação proporcionarão dar visibilidade e voz a realidade dos conflitos e dos danos ambientais, a partir de uma base cientifica/geográfica e dos conflitos na comunidade, bem como o levantamento dos danos socioambientais que atingem a aldeia do povo Gavião Kyikatêjê na Terra Mãe Maria. A luta e os conflitos territoriais dos povos indígenas, tanto em seus processos históricos, como no contexto atual, se dar pelo embate dos povos indígenas contra o estado e os grandes projetos que buscam expulsa-los de seus territórios, para explorar as riquezas que os territórios possuem.

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  • MAURO VIEIRA SANTOS
  • TERRITÓRIO EDUCATIVO E SABERES RIBEIRINHOS: NO FLUXO OU NA CONTRAMÃO?

  • Orientador : CATIA OLIVEIRA MACEDO
  • Data: 05/10/2022
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  • As comunidades ribeirinhas na Amazônia possuem significativas particularidades que
    estão presentes em seus cotidianos e modos de vida, vislumbrando um universo de
    práticas e saberes vinculados ao território. Partindo desta perspectiva objetivamos neste
    trabalho compreender a diversidade de saberes culturais ribeirinhos que envolvem a
    comunidade Furo do Nazário na Ilha das Onças no Município de Barcarena - PA. O
    território educativo será discutido a partir dos dados empíricos coletados no território da
    comunidade, com enfoque na Escola Municipal de Ensino Fundamental Laurival
    Cunha. A natureza da pesquisa é de cunho qualitativo com realização de trabalho de
    campo e observação participante. Quanto à técnica de pesquisa realizou-se entrevistas
    abertas e semiabertas e aplicação de questionário a fim de aprofundar os dados sobre o
    território educativo na Amazônia e seus saberes. Os resultados apontam que a vivência
    dos moradores da comunidade, reproduzida por intermédio de seus saberes e modos de
    vida, permanece no fluxo e legitimando sua territorialidade, contudo a reprodução
    dessas práticas na escola seguem na contramão e distantes da realidade local desses
    sujeitos.

2021
Dissertações
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  • MIRIAN CLARA CARVALHO RODRIGUES
  • A feira livre de Cametá: identidades e trans)territorialidades

  • Orientador : AIALA COLARES DE OLIVEIRA COUTO
  • Data: 11/02/2021
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  • Considerando que a feira livre corresponde a um espaço que exerce centralidade na dinâmica das cidades ribeirinhas amazônicas, pois trata-se de um polo econômico com convergência de fluxos e territorialidades, esta é entendida como um dos espaços de maior expressividade transterritorial no urbano ribeirinho. Partindo-se desse princípio, esta pesquisa busca entender a dinâmica transterritorial do espaço da Feira Livre da cidade de Cametá, voltando-se  para a análise de sua estruturação, fluxos, formas de apropriação e trocas econômicas e simbólicas entre os sujeitos que deslocam-se de outros bairros, vilas, ilhas, estradas e cidades vizinhas para a feira, acabando por configurar uma peculiaridade territorial a esta área em detrimento dos demais espaços da cidade. Portanto, realizou-se um trabalho de aprofundamento de teorias, em especial, sobre o conceito de transterritorialidade, tendo Rogério Haesbaert como pioneiro na geografia brasileira, compreendendo-a como a territorialidade regida “no e pelo movimento” (2012, p. 31), a fim de buscar subsídio para analisar a geografia do lugar. Com o intuito de atingir os objetivos propostos, priorizou-se o levantamento bibliográfico de livros, capítulos de livros, artigos, dissertações e teses, buscando explorar noções de territorialidade e transterritorialidade e feira livre; o levantamento documental com informações fornecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Prefeitura Municipal de Cametá e Secretaria Municipal de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Econômico, com o propósito de conhecer o espaço lócus e sujeitos de investigação para que possamos concebê-los a luz dos conceitos abordados; e o trabalho de campo, no qual fez-se uso de técnicas de observação, entrevistas, depoimentos e análise de dados para compreender as materialidades e imaterialidades presentes dentro da feira livre. Tais metodologias permitiram compreender os aspectos econômicos e socioculturais dos sujeitos e o do espaço estudado, onde nos deparamos com um hibridismo territorial que surge a partir da apropriação e uso dos espaços da feira, acabando por produzir sua identidade transterritorial.

2
  • ANA ROSA CALADO CYRUS
  • Ativismos urbanos enquanto estratégia no movimento ambientalista de Belém-PA: (re) existências e práticas jovens da ONG Engajamundo

  • Orientador : ANTONIO DE PADUA DE MESQUITA DOS SANTOS BRASIL
  • Data: 05/09/2021
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  • Trata-se de uma pesquisa intitulada “Ativismos urbanos enquanto estratégia no movimento ambientalista de Belém-PA: (re) existências e práticas jovens da ONG Engajamundo”, em que se busca analisar as dinâmicas existentes no movimento social posto em enfoque, e pretende-se revelar quais práticas coletivas direcionam-se para a relação entre o movimento e a cidade, emergente da atuação de ativistas envolvidos pela causa ambientalista na Amazônia.

    A partir destas questões pretende-se alcançar o objetivo geral de etnografar os ativismos
    urbanos que fazem emergir um ambientalismo a partir da ONG Engajamundo em Belém-PA.
    Já como específicos carrega a intenção de verificar os problemas socioambientais da cidade que
    se tornam pautas dentro do grupo, identificar a relação entre as lutas e resistências do
    movimento e as localidades em que desenvolvem suas ações, assim como analisar as
    estratégias, mobilizações e vivências do movimento.
3
  • ELSON MATEUS MONTEIRO SOUSA
  • 1.     Intercientificidade geográfica: viagem em torno da territorialidade dos professores indígenas

  • Data: 19/10/2021
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  • Nas primeiras décadas do século XXI observa-se que a política indígena do estado do Pará tem se consolidado, particularmente no âmbito da educação escolar indígena e nos cursos de formação de professores, bem como no surgimento de organizações e associações indígenas, muitas das quais lideradas por profissionais ligados a área da educação. Considerando este contexto e cientes de que a inserção da territorialidade como um eixo central nas políticas escolares indígenas passa, necessariamente, pelas concepções dos professores indígenas, conforme Sousa e Oliveira Neto (2020), o objetivo da dissertação é compreender as concepções de territorialidade dos professores indígenas do estado do Pará a partir do dialogo intercientifico. Este objetivo é justificado por se tratar de um exercício de compreender como se articulam o respeito as concepções de territorialidade indigenas e a educação escolar, duas demandas prioritárias para o movimento indígena, e de como os seus principais interlocutores tem avaliado o atual modelo de educação escolar indígena. Para lograr êxito neste dialogo, optamos por realizar um aprofundamento teórico a partir de Robert David Sack e Joel Bonnemaison que expressam, através de seus fundamentos teóricos, duas concepções de territorialidade distintas e que nos auxiliaram, no decorrer deste processo investigativo, a compreender as concepções de territorialidade dos professores indígenas do estado do Pará. Recorremos, em termos metodológicos, a abordagem de estudo qualitativa e a um tipo de pesquisa descritiva, tendo, como procedimentos metodológicos, a revisão de literatura, a revisão bibliométrica, o levantamento documental, as entrevistas qualitativas remotas, culminando, por fim, no diálogo intercientifico.

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  • MIRLANE MEDEIROS PAZ
  • A GEOGRAFIA DA ÁGUA EM RIOS URBANOS: Uma análise socioambiental do igarapé Garrafão e do rio Jipuúba no curso da cidade de Garrafão do Norte-PA

  • Data: 27/10/2021
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  • As cidades na Amazônia, assim como muitas cidades do mundo, estão cada dia mais expostas aos problemas socioambientais que atingem direta ou indiretamente os cursos d’água, principalmente aqueles presentes nos espaços urbanizados. Nesse contexto, este trabalho traz abordagens a respeito dos problemas socioambientais que acometem o trecho urbano de uma pequena cidade amazônica e os reflexos que essas complicações acarretam à sociedade local. O estudo buscou identificar se o comportamento dos moradores e as leis locais contribuem para o surgimento, prevenção ou mitigação dos problemas socioambientais nos cursos d’água identificados e aqui mencionados. O objetivo principal desta pesquisa foi analisar as condições socioambientais do igarapé Garrafão e do rio Jipuúba, no curso da cidade de Garrafão do Norte-PA, identificando os problemas socioambientais da área por meio da pesquisa de campo, do uso de registros fotográficos e de geotecnologias. Foram realizadas análises de imagens de satélites com auxílio do software Qgis, de modo a facilitar o conhecimento e a observação de áreas identificadas com ocorrências de problemas socioambientais ocasionados e/ou intensificados pela ação da população local. Há uma breve apresentação acerca do processo de urbanização da área da pesquisa, expondo como ela tem proporcionado e comprometido a qualidade da água. A metodologia deste trabalho foi amparada, em primeiro lugar, em uma revisão bibliográfica, seguida de entrevistas com moradores da área envolvida na pesquisa; realizou-se análise dos despejos de resíduos líquidos e sólidos por meio da observação, e das imagens de satélites com o uso do programa Qgis com a finalidade de elaboração de mapas, os quais possibilitaram a análise multitemporal do uso e da ocupação do solo na área de estudo, destacando as classificações de área urbana consolidada, área de recente expansão urbana, solo exposto e Área de Preservação Permanente (APP). Como resultado, este trabalho apresenta os impactos socioambientais nas margens do igarapé Garrafão e do rio Jipuúba, visando promover o conhecimento e ajudar, à medida que o trabalho se torne de conhecimento público, na sensibilização da população local sobre a importância da preservação dos cursos d’água, sobretudo no espaço urbanizado.

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  • VANDERSON VIANA RODRIGUES
  • CONFLITOS TERRITORIAIS ENTRE CAMPONESES E AGENTES DO CAPITAL NAS COMUNIDADES, QUEIMADAS E MONTA BARRO EM CODÓ NO MARANHÃO

  • Orientador : FABIANO DE OLIVEIRA BRINGEL
  • Data: 08/11/2021
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  • Os conflitos territoriais entre camponeses e agentes do capital, ou seja, os fazendeiros, grileiros, empresários do agronegócio e empresas voltadas para o uso do território no município de Codó no Maranhão, tem sua gênese ligada às políticas de expansão de áreas agrícolas efetivadas pelos governos, Federal e Estadual, que incentivam o mercado de terras no Maranhão. A territorialização de novos moradores na região e a inserção de uma nova conjuntura de uso da terra impactou o modo de vida da população local, tanto no campo, quanto na cidade, pois os novos moradores trouxeram consigo novas demandas e uma nova visão para o uso da terra, viabilizada pelas características físicas da área, bem como de um conjunto de legislações implementadas pelas distintas esferas de Governo. Vale ressaltar que, a área a mais de dois séculos era/é ocupada por povos originários e principalmente por camponeses que desenvolveram/desenvolvem seu modo de vida valendo-se dos recursos naturais para produção em pequena escala, voltada para seu auto sustento e de sua família, além da comercialização do excedente no comércio local. A partir de então, se instala na região, novos conflitos territoriais, os quais, em razão de distintos interesses, vão se reconfigurando até os dias atuais, pois as atividades desempenhadas pelos agentes do capital nem sempre têm sido executadas com os melhores critérios. Do ponto de vista da preservação da natureza e da valorização da territorialidade preexistente, ou seja, as novas atividades desenvolvidas no campo não inclui a população local, além de provocar mudanças quantitativas e qualitativas no meio ambiente, o que de certa forma, contribui para o agravamento da realidade social dos camponeses das comunidades de Monta Barro e Queimadas, que pressionados pela grande massa de produção mecanizada da cana-de-açúcar, são inviabilizados de manter seu modo de vida, que é visceralmente ligado a forma de uso da terra. Neste estudo nos valeremos do método materialista histórico, para compreendermos tal conjuntura e as diferentes formas de (des)envolvimento desigual e consequentemente dos conflitos que emergiram no município, ao longo 

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  • FRANCISCO WAGNER URBANO
  • TERRITORIALIZAÇÃO DO POVO NEGRO NA AMAZÔNIA PARAENSE: UM ESTUDO SOBRE A COMUNIDADE QUILOMBOLA DE NOVA JUTAÍ EM BREU BRANCO, PARÁ

  • Orientador : BENEDITO ELY VALENTE DA CRUZ
  • Data: 02/12/2021
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  • A presente dissertação tem como recorte espacial a Comunidade de Nova Jutaí, localizada no município de Breu Branco, na região geográfica imediata de Tucuruí, dentro da região geográfica intermediária de Marabá, sudeste do estado do Pará, em acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O objetivo geral deste trabalho é compreender o processo de territorialização da referida comunidade, tendo como base as estratégias para manter viva a sua organização social, política e cultural. O referencial metodológico é pautado na história oral dos indivíduos, valendose da memória coletiva, mas considerando uma revisão bibliográfica inicial sobre o assunto, bem como uma pesquisa de fontes primárias, com posterior ida a campo, onde foram feitas entrevistas semiestruturadas. Tais entrevistas, fundamentadas pela História Oral permitiram compreender de modo mais aprofundado e substancial a forma pela qual esses povos tradicionais amazônicos, remanescentes de quilombo, se (re)territorializaram no atual território de Nova Jutaí. Em termos gerais, o conceito de território, caracterizado tanto no seu sentido mais explícito, de dominação, quanto com relação ao poder mais implícito ou simbólico, o da apropriação, balizou a análise teórica, a partir da qual foi possível apreender sobre os usos do território quilombola e as suas multiterritorialidades. Todo território é um produto histórico dos processos sociais e políticos, uma vez que para analisar o território de qualquer coletividade, precisa-se de uma abordagem histórica. Constatamos por meio das entrevistas que as práticas culturais, tais como partilhamento da história, culto à Santíssima Trindade e o Samba de Cacete, foram cruciais para a territorialização dos habitantes na Comunidade Nova Jutaí, além do papel importante da organização social através da Associação Afro-Brasileira de Jutaí – AFROBRAJU – para as conquistas sociais identificadas mais recentemente na comunidade.

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