Introdução: Os povos indígenas do Brasil têm direito assegurado pela união a atenção diferenciada durante os cuidados em saúde, respeitando suas crenças, cultura, saberes e práticas. As CASAI regionais tem como característica o acolhimento de indígenas das mais variadas etnias, falantes de aproximadamente 200 idiomas no Brasil, sendo fundamental a valorização e preservação dessas línguas. A comunicação consiste em fundamento para a assistência de saúde efetiva e dela depende o sucesso do processo terapêutico. Para tanto, tecnologias cuidativoeducacionais sensíveis a aspectos culturais, desenvolvidas a partir da práxis profissional, contribuem para empoderamento e autonomia nos processos cotidianos, garantindo suporte a práticas de cuidado e educação culturalmente adequados.  Objetivo: Validação semântica de tecnologia cuidativo-educacional na forma de minidicionário de dialetos indígenas para uso multiprofissional no atendimento à indígenas em tratamento de saúde fora de aldeias. Método: Estudo metodológico para validação semântica de tecnologia cuidativo-educacional, realizado em uma CASAI Regional situada em Belém-Pará. Participaram 20 membros da equipe multiprofissional atuantes na instituição. Para coleta de dados foi utilizada escala Likert, com 19 itens divididos em 04 blocos: Objetivos, Organização, Aparência e Estilo de escrita e Motivação. As respostas foram organizadas em banco de dados e tabuladas no International Business Machines Statistics Package Social Science IBM® SPSS® Statistics, 23.0.0.0. Para medir a concordância entre as respostas foi utilizado o índice de Concordância Semântica (ICS) calculado por bloco e de forma global considerando o ponto de corte de 70%. Resultados: 18/90% dos participantes eram do sexo feminino, 10/50% com idade entre 40-59 anos, 11/55% técnicos de enfermagem, 5/25% enfermeiros e 4/20% correspondente as demais categorias profissionais (Assistente Social, Nutricionista, Farmacêutico e Auxiliar de Farmácia),19/95% atuavam na saúde indígena há mais de um ano. A avaliação do público-alvo mostrou variação de ICS por bloco entre 93% e 100% e ICS geral de 97%. Discussão: O minidicionário foi considerado uma ferramenta de comunicação no contexto da saúde indígena, promotora de bem-estar por meio de uma ambiência interativa como preconizado pela Política Nacional de Humanização visando a melhoria das condições de trabalho e atendimento à população indígena, com potencial para transformar as relações em espaços, no âmbito da saúde, nos quais essa população esteja inserida. Conclusão: O estudo alcançou seu objetivo ao demonstrar, por meio da validação, que o minidicionário de idiomas indígenas Interlocuções com profissionais de Saúde é adequado para a utilização no processo da intermediação da comunicação entre profissionais de saúde e indígenas conforme a avaliação do público-alvo.

Evidencia-se que os pacientes com câncer necessitam de hemotransfusão, em muitos casos essa é a única terapia capaz de salvar vidas, nesse campo a enfermagem vem ganhando destaque, por está intimamente ligado ao processo transfusional, assim, as tecnologias educacionais podem auxiliar nesse cenário. O objetivo geral: construir uma tecnologia educativa para mediar o cuidado de enfermagem durante o processo de hemotransfusão em pacientes oncológicos. Os específicos: realizar Revisão Integrativa sobre tecnologia educativa, cuidado de enfermagem, hemotransfusão e pacientes oncológicos, identificar os cuidados de enfermagem durante o processo de hemotransfusão em pacientes oncológicos e sintetizar as informações obtidas na revisão integrativa e sobre os cuidados de enfermagem durante o processo de hemotransfusão em pacientes oncológicos para compor a tecnologia educativa. Trata-se de uma pesquisa metodológica com abordagem qualitativa, realizada em dois momentos: primeiro momento foi a realização da Revisão Integrativa, segundo momento a realização da entrevista individual. As bases de dados selecionadas para compor a revisão integrativa foram: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature, Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). O período de busca dos artigos foi de janeiro de 2016 à janeiro de 2021, utilizando os descritores: Neoplasias; Transfusão de Sangue; Segurança do Paciente; Cuidados de Enfermagem e Tecnologia educacional. Os critérios de inclusão são os seguintes: estudos primários, idiomas inglês, português e espanhol, publicados entre janeiro de 2016 a janeiro de 2021 e disponíveis na integra. Foram excluídos editoriais, relatos de experiência, estudos de caso, literatura cinza (monografias, dissertações e teses). Foram selecionados 17 artigos para compor a revisão. A pesquisa de campo foi realizada no Hospital Ophir Loyola, participaram desse estudo 11 enfermeiros que atuam nas Clínicas Cirúrgica e Hematológica. Para a realização da análise de conteúdo utilizamos a técnica de Bardin apoiado pelo software IRAMUTEQ através do método da Classificação Hierárquica Descendente, proposto por Reinert. Do corpus emergiram seis classes e foram organizados em três categorias: I - Principais informações sobre ato transfusional para composição de tecnologia; II- Segurança transfusional na perspectiva da segurança do paciente; III - O ato transfusional na perspectiva do enfermeiro. A partir do contexto, foi produzida uma tecnologia educacional do tipo cartilha. Conclui-se que os pacientes oncológicos que recebem hemotransfusão necessitam dos cuidados de enfermagem e com a tecnologia educacional possibilita garantir melhoria na efetividade e na dinâmica dos cuidados de enfermagem a esses pacientes

Introdução: trata-se de um estudo de construção e validação de tecnologia educacional (TE) para mediar o agir cuidativo de profissionais de saúde à criança com gastrostomia. A gastrostomia é uma via de alimentação criada cirurgicamente, na qual é inserido um cateter na luz do estômago. O uso de tecnologias por profissionais de saúde é uma prática comum nos diversos cenários de atuação sejam instituições públicas e/ou privadas, sendo disponibilizado diversas tecnologias como equipamentos/produtos/instrumentos/guias que auxiliam no cuidado do público infantil com gastrostomia, garantido assim acesso a cuidados especializados por uma equipe interdisciplinar que atenda às necessidades especificas dessas crianças. Objetivo: desenvolver um guia para mediar o agir cuidativo de profissionais de saúde à criança com gastrostomia. Métodos: A Revisão integrativa foi desenvolvida em seis etapas, nas bases de dados a Biblioteca Virtual em Saúde; Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e Web Of Science, considerando o período de 2011-2021. Participaram da etapa de validação de conteúdo 21 especialistas e na validação semântica 24 profissionais de saúde. Para coleta de dados foi aplicado dois instrumentos com a Escala de Likert, um para os especialistas contendo três blocos de avaliação (objetivo, estrutura e organização e relevância) e o outro para os profissionais de saúde contendo quatro blocos de avaliação (objetivos, organização, aparência, motivação). Os dados foram analisados por meio do Statistical Package For The Social Science SPSS® versão 21.0. para Windows®10, para melhor elucidação dos dados. O estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos. Resultados: para a composição textual da tecnologia educacional foi considerada a síntese da revisão integrativa da literatura de seis artigos, um manual e um consenso incluídos dos quais emergiram três eixos temáticos: conceito e indicação de gastrostomia, cuidados perioperatório -pré, trans e pós-operatório, dispositivos de gastrostomia). Os eixos temáticos foram utilizados para construção da primeira versão da tecnologia educacional. O Índice de Validade de Conteúdo por item foi superior a 85%. O Alfa de Cronbach de todos os itens dos blocos com 95%. O Índice de Validade semântica foi superior a 95% por bloco. As principais modificações foram na edição de algumas imagens e troca de itens. A tecnologia educacional titulada como “Gastroguia: dispositivo para mediar o agir cuidativo de profissionais de saúde à criança com gastrostomia”, é considerada válida por especialistas na área de saúde e pelo público-alvo (profissionais de saúde) quanto ao conteúdo e semântica, uma vez que obteve níveis de concordância acima do recomendado na literatura. Considerações Finais: É notória a importância do estudo de validação na construção cientifica de tecnologia educacional, tendo em vista que, o produto gerado pode ser utilizado como uma ferramenta que facilite a comunicação entre os profissionais de saúde e potencialize a implementação do plano terapêutico singular de acordo com as necessidades da criança. Desse jeito, os profissionais de saúde (enfermeiro, médico, fisioterapeuta) podem empregar a tecnologia educacional durante as ações de educação permanente, e ainda utilizá-la como instrumento para orientar o familiar/cuidador /comunidade quanto aos direitos da criança instituídos em portarias do Ministério da Saúde.

Introdução: No Brasil, estima-se que para o triênio 2023-2025 ocorrerão 704.000 casos novos de câncer, destes, 71.730 são de câncer de próstata, comportando-se como o mais incidente em todas as regiões do País, dentre estas, o Pará, com estimativa de 1050 casos para 2023. A repercussão do câncer como doença incurável, acarreta prejuízos que perpassam os âmbitos biológicos e atingem dimensões psicoculturais e sociais, afetando as pessoas que vivenciam esse processo. Objetivos: Analisar as representações sociais do câncer de próstata por homens com este diagnóstico e suas repercussões em seus modos de lidar e se autocuidar. Método: Pesquisa com abordagem qualitativa, do tipo descritiva e exploratória fundamentada na Teoria das Representações Sociais em sua abordagem processual. Participaram 31 homens com diagnóstico de câncer de próstata matriculados na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Estado do Pará. Os dados foram produzidos de abril a junho de 2022 e se deu se deu pela entrevista individual semiestruturada em profundidade. Os dados sociodemográficos foram coletados por meio de um questionário, sendo posteriormente tabulados e organizados pelo software Excel versão 2016. O conteúdo das entrevistas foi transcrito na integra e submetido ao software ALCESTE, versão 2012. Respeitaram-se os princípios éticos e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará, sob o parecer número 5214281. Resultados: Os homens eram majoritariamente casados; se declararam católicos; faixa etária de 65 a 69 anos; procedente do interior do estado; ensino fundamental incompleto; aposentados, renda familiar mensal entre um e dois salários mínimos. O ALCESTE gerou seis classes lexicais, divididas em dois blocos: Bloco A- significando o corpo adoecido e Bloco B- a percepção de si com câncer de próstata: um novo dia de um novo tempo. Os resultados apontaram o itinerário terapêutico dos homens a partir dos sintomas iniciais da doença oncológica, assim como o acionamento de memórias com familiares que tiveram câncer, ao vivenciarem em si mesmo os sinais e sintomas da doença e os efeitos colaterais dos tratamentos, causando sentimentos conflitivos como o medo da finitude. Considerações Finais: Compreender a maneira como os homens representam o câncer de próstata e como lidam com esse processo, pode instigar a equipe profissional, especialmente o enfermeiro, a refletir e intervir de maneira a atender as suas demandas biológicas e subjetivas, contribuindo para o enfrentamento da doença e manutenção da esperança e continuidade do tratamento

INTRODUÇÃO: A vigilância do desenvolvimento infantil é composta por atividades que visam a promoção do desenvolvimento típico e a detecção de problemas. Deve ocorrer desde o nascimento e incluir atividades de avaliação do desenvolvimento infantil, bem como orientação antecipada aos pais. Nesse contexto, o Transtorno do Espectro Autista ou Autismo é um transtorno do desenvolvimento que apresenta sinais ainda na primeira infância, por volta de até 36 meses, com alterações no comportamento, lingual-verbal-funcional e simbólica da criança, devendo haver uma rastreio ainda na puericultura e triagem para crianças que necessitem de investigação diagnóstica. OBEJETIVO: Compreender como o enfermeiro, em suas práticas de puericultura, avalia a vigilância do desenvolvimento infantil e o rastreamento dos sinais precoces de autismo em crianças de até 3 anos de vida. MATERIAS E METODOS: Trata-se de estudo exploratório com abordagem qualitativa, realizado com 22 enfermeiros da atenção básica de Tucuruí, no estado do Pará. O instrumento de coleta de dados foi um roteiro de entrevista semiestruturado elaborado pela pesquisadora. A análise de dados se deu por meio de análise de conteúdo proposta por Bardin e através da análise classificação hierárquica descendente (CHD) do software Iramuteq. RESULTADOS: Identificou-se que enfermeiros eram 18 do sexo feminino e 4 do sexo masculino, com idade de 23 a 62 anos, o tempo de formação variou de 1 ano até 27 anos e o tempo de atuação nas ESFs está entre o período de 8 meses a 23 anos. A partir da CHD, foi realizada a análise do Corpus textual, onde foi possível obter 6 classes dos segmentos de textos que, ao mesmo tempo, apresentaram vocabulário semelhante. Procedeu-se uma releitura dos segmentos com o objetivo de interpretar o cenário e o tema central em cada uma das 6 classes emergentes e, com base nas classes geradas pela CHD, 3 subcorpos: o primeiro agrega as concepções dos enfermeiros mediante as classes 5 e 4; o segundo é composto pelos Saberes com as classes 1, 6 e 3; e o terceiro reúne as Práticas com a classe 2, estabelecendo conexões com o objeto de estudo, constituídas de três categorias: 1- Concepções do enfermeiro sobre o desenvolvimento infantil, 2- Saberes profissionais dos enfermeiros na identificação dos sinais de TEA e 3- Práticas de vigilância para rastreio de sinais precoces de TEA na puericultura pelo enfermeiro. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi evidenciado que os enfermeiros da pesquisa apresentam uma confusão conceitual acerca do desenvolvimento infantil e conhecimentos escassos sobre TEA que subtraem ações de rastreamento de sinais precoces de TEA no contexto da puericultura

A ocorrência do óbito por SRAG tem se tornado uma preocupação constante no contexto as saúdes humanas, com a pandemia da Covid-19 fez-se necessária a observação constante deste evento como indicador da capacidade de controle da doença no território. Este estudo se propôs a analisar a distribuição espacial do óbito da Síndrome Respiratória Aguda grave por Covid-19 no Pará entre o período de 2020 a 2022. Trata-se de um estudo ecológico do tipo exploratório, fundamentado emanálise espacial. Os dados demográficos, populacionais e socioeconômicos da população residente do Pará foram estruturados e organizados de modo a permitir descrever o perfil da população frente ou óbito de SRAG por Covid-19, utilizando técnicas de estatística descritiva, por frequência absolutas e relativas. O índice de Mortalidade foi calculado considerando a soma dos óbitos ocorridos ao longodo período. A análise espacial foi realizada por meio do qgis v3.8.1. e, nela, foram distribuídos os

23.109 casos de óbito por região de saúde e município de residência. Observouse maior proporção de casos no sexo masculino (57,27%). Na faixa etária acima de 80 anos (22,43%). A cor parda concentrou a maior quantidade de casos (61,06%). Com com ensino médio completo (10,34%), eram cardiopatas (22,67%), portador de Síndrome de Down (0,11), Doença crônica hepática (27,28%), asmáticos (42,40%), Diabéticos (0,61%), Neuropata (0,36%), Pneumopata (0,84%), imunodeprimidos (1,27%), renal crônicos (24,76%), obesos (4,96%). Já o perfil clinico, apresentaram febre (65,12%), tosse (68,50%), dor de Garganta (17,90%), dispneia (78,31%), desconforto respiratório (59,69%), Saturação < 95 (53,99%), Diarreia (9,77%), Vomito (5,50%), Dor abdominal (4,25%), fadiga (11,44%), perda do olfato (4,97%), perda do paladar (4,92%), Suporte de UTI (57,74%), suporte ventilatório (50,55%). Para diagnostico, coletaram amostra (75,13%), secreção de nasofaringe (62,30%), detectável para Covid no PCR (46,40%), tomografia típico covid (22,73%), imunofluorescência (35,59%), teste rápido (8,58%), Igg positivo (5,58%), Igm positivo (6,53%), Iga (0,25%). Já o índice de mortalidade foi maior no ano de 2020 (114,77/100 mil habitantes) na região metropolitana I. Conclui-se que a partir do estudo realizado, foi possível identificar o padrão ecológico das regiões de saúde mais afetadas no decorrer do período de análise e demonstrar que o padrão ecológico aponta para as regiões ecológicas mais densas, havendo necessidade de mais estudos para identificar os fatores contribuintes desse perfil. 

O diagnóstico de feto morto é um momento extremamente doloroso para uma gestante e sua família. O impacto emocional é profundo e, em muitos casos, a mãe pode experimentar uma ampla gama de sentimentos, incluindo tristeza, raiva, culpa e até a mesma depressão. O papel dos enfermeiros e demais profissionais da saúde é de suma importância no cuidado, no suporte e na orientação de pacientes, especialmente quando se trata de mães que sofreram uma tragédia de óbito fetal, onde a capacitação profissional dos enfermeiros desempenha um papel vital na garantia de cuidados adequados e no suporte emocional necessário. O objetivo dessa dissertação foi construir guia assistencial para auxiliar os profissionais de enfermagem na abordagem e cuidado de pacientes de óbito fetal. Trata-se de uma pesquisa metodológica do tipo construção de tecnologia, com a abordagem qualitativa, que foi desenvolvida em três etapas distintas: Desenvolvimento da Revisão Integrativa da Literatura (RIL), análise dos resultados e processo de construção do guia assistencial. O corpus foi constituído por 17 textos, correspondendo ao conjunto de artigos selecionados. Os dados coletados foram analisados segundo a proposta de Bardin, com o auxílio do software IRAMUTEQ. Identificou-se 1.116 segmentos de texto (ST), com aproveitamento de 857 ST, perfazendo 76,79%. Emergiram 40.994 ocorrências (palavras, formas ou vocábulos), sendo 5.345 palavras distintas e 2.604 com uma única ocorrência. O IRAMUTEQ® dimensionou e classificou os ST a partir da CHD, gerando cinco classes por meio de dendrograma, que foram organizadas em três categorias: I-Gerenciamento das atividades técnicos-assistenciais e burocrático-administrativas (Classe 05); II- O cuidado de enfermagem - Aspectos relacionados ao natimorto, mãe e família (Classe 02); III- Barreiras emocionais e de conhecimento do enfermeiro frente ao atendimento à mães de óbito fetal (Classes 01, 03 e 04). A partir do contexto, foi produzida uma tecnologia assistencial do tipo guia. O propósito do guia é orientar aos profissionais da área com relação a este cuidado, compreendendo o momento do luto como a perda não só de um bebê, mas de uma série de expectativas e sonhos, vivenciado por toda a família

O Mycobacterium tuberculosis e o Vírus da Imunodeficiência Humana estão entre os patógenos mais letais em todo o mundo. A coinfecção TB-HIV tornou-se uma grande ameaça à saúde pública nos países em desenvolvimento. Fatores clínicos e sociodemográficos possuem influência no adoecimento e desfecho do tratamento. Este estudo teve por objetivo analisar o desfecho do tratamento da coinfecção TB-HIV à luz das variáveis clínicas e sociodemográficas. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, analítico com abordagem quantitativa, realizado no estado do Pará com 3.788 casos de coinfecção TB-HIV, notificados entre os anos de 2009 e 2020, no Sistema de Informação de Agravos e Notificações, além de dados populacionais extraídos no site do IBGE. As análises estatísticas foram realizadas no programa Minitab 18 e definido como nível de significância p<0,05. Realizou-se análise temporal, espacial, cálculo da taxa de incidência e mortalidade. Aplicou-se o teste Qui-quadrado de Pearson e o teste G para determinar a associação entre os desfechos e as variáveis independentes. A análise de regressão logística bivariada e multivariada foram adotadas para identificar a razão de chance para o óbito nos pacientes com desfechos conhecidos (cura e óbito por tuberculose). Os resultados foram expostos por meio de tabelas e figuras. Os dados apontam uma tendência crescente e significativa (p=0.0003) na taxa de incidência e a cada ano houve um aumento de 0.14 casos por 100 mil habitantes. Em relação a mortalidade, identificouse diminuição de percentuais, regredindo de 1,9 em 2009 para 1,2 óbitos/100 mil habitantes em 2020, no entanto, a taxa de mortalidade não apresentou tendência significativa (p=0.0735). Ao analisar o desfecho do tratamento, a maior proporção evoluiu à cura da tuberculose e foi associada às pessoas jovens do sexo masculino que não possuíam hábitos prejudiciais à saúde. O abandono mostrou-se associado à baixa escolaridade, à forma clínica pulmonar, ao não uso de tabaco e outras causas de adoecimento. O óbito, aos que estavam acometidos por Aids. As variáveis que

apresentaram associação significativas com o desfecho do tratamento da coinfecção foram: sexo (p=0,0001), faixa etária (p=0,0001), escolaridade (p=0.0001), forma clínica daTB (p=0,0001), tabagismo (p=0,0030), uso de drogas ilícitas (p=0,0008), alcoolismo (0,0423), Aids (p=0.0504) e outras causas (p=0,0461). A análise de regressão logística bivariada identificou a forma pulmonar e extrapulmonar (OR=2.91; IC95%: 1.80 – 4.71: p<0.0001), o tabaco (OR=3.07; IC 95%: 2.05 – 4.99: p<0.0001) e o uso de droga (OR=2.44; IC95%: 2.09 – 5.01: p<0.0001). A análise multivariada identificou a forma pulmonar e extrapulmonar (OR=2.66; IC95%: 1.63 – 4.35: p<0.0001) e o tabaco (OR=2.69; IC95%: 1.13 – 6.36: p<0.0001). As evidências apontam para necessidade de melhora nas ações de prevenção da TB em pessoas vivendo com HIV. O diagnóstico e o tratamento precoce de ambos os agravos podem favorecer o estabelecimento de estratégias no enfrentamento a essas doenças, contribuindo para redução da morbimortalidade por TB-HIV e assim viabilizar melhor qualidade de vida aos acometidos

O câncer de colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos oncológicos de Papilomavírus Humano que produzem alterações celulares facilmente detectadas no exame de colpocitologia oncótica e tem-se demonstrado um grave problema de saúde pública. Este estudo teve por objetivo analisar a associação do câncer do colo do útero ao Índice Adaptado de Condição de Vida entre indígenas do estado do Pará, no período 2015-2019. Trata-se de estudo transversal, analítico, com abordagem quantitativa, tendo como local de estudo o estado do Pará. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, organizados em uma planilha no Microsoft® Office Excel® 2010. Foi utilizado o Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 19.0 para análise estatística. Para analisar a associação do câncer de colo do útero ao Índice Adaptado de Condição de Vida entre indígenas, foi realizada a descrição de dados estatísticos, e por meio das variáveis selecionadas construiu-se um índice sintético de condição de vida, segundo análise fatorial e de cluster, representado por um dendograma. Os resultados obtidos evidenciaram que entre os anos 2015-2019 foram notificados 112 casos de câncer de colo do útero, com maior proporção no DSEI Kayapó do Pará (n= 98). Houve predomínio entre mulheres de 35 a 39 anos, com baixa escolaridade, média de 2 filhos e de baixa renda. Por meio do Índice Adaptado de Condição de Vida foi possível observar a heterogeneidade socioeconômica da população indígena paraense e sua associação com casos de câncer de colo do útero. Concluiu-se que o câncer de colo do útero associado a baixa condição de vida reforça a importância de discussão sobre Determinantes Sociais em Saúde no processo saúde-doença, subsidiando assim ações eficazes mediante contexto da saúde indígena. Desse modo, a identificação de fatores que influenciam no desenvolvimento do câncer de colo do útero é essencial para ações de planejamento e execução de medidas de prevenção e intervenção na doença, considerando as peculiaridades culturais.

A hanseníase é uma doença transmissível, de evolução prolongada e potencialmente incapacitante. Se relaciona diretamente com a pobreza e a vulnerabilidade social das pessoas, como fatores que favorecem a prevalência da doença em populações menos favorecidas. Levando em consideração que o município de Belém apresenta uma alta endemicidade para a doença, e que os contatos de pessoas acometidas pela hanseníase possuem um elevado risco quando comparados à população em geral, portanto reforça-se a importância da adesão dos contatos as ações de vigilância, para o controle e prevenção da doença. Este estudo teve como objetivo: analisar a associação entre determinantes sociodemográficos de contatos de hanseníase com a adesão a vigilância epidemiológica no município de Belém. Trata-se de um estudoepidemiológico retrospectivo de caráter analítico, com dados secundários do município de Belém, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2019, obtidos do SINAN, armazenados em planilhas. As análises estatísticas foram realizadas no programa Software BioEstat versão 5.0. Os dados mostraram que nos anos de 2010 a 2019, o município de Belém registrou 10.019 contatos, destes 4.425 foram examinados e 5.594 não foram examinados. A taxa de contatos não avaliados foi (55,83%), o que resultou classificação precária, conforme os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde. 000, As evidências apontam que os determinantes sociodemográficos influenciam na adesão dos contatos as ações de vigilância, por meio das vulnerabilidades individuais e sociais, o que reforça a importância da educação em saúde com orientações sobre a prevenção e tratamento da hanseníase

Objetivou-se analisar a qualidade da informação referente à tuberculose drogarresistente segundo os bancos oficiais que armazenam os dados epidemiológicos e operacionais sobre a doença. Pesquisa epidemiológica, descritiva, realizada com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) e Sistema de Informação de Tratamento Especiais da Tuberculose (SITE-TB), obtidos na Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará, referentes ao período de 2016-2020. A análise foi realizada por meio de estatística descritiva, utilizando o programa Rx64 4.0.0, através do RStudio Desktop. Foram analisados 889 registros distribuídos nas três bases de dados, com predominância de casos no GAL (433), seguido do SITE-TB (350) e do SINAN (220). Predominaram registros na faixa etária de 25 a 44 anos e no sexo masculino. O maior número de registros de cultura para tipificação do Mycobacterium tuberculosis foi identificado no GAL. Identificou-se, casos em duplicidade, sendo 121 no GAL, 45 no SITE-TB e 4 no SINAN. Dentre os 433 casos registrados no GAL, cinco constavam também no SINAN e seis foram identificados no SINAN e no SITE-TB. Dos 350 casos registrados no SITE-TB, 242 não constavam nas demais bases e 97 figuravam no SINAN. Em rela- ção aos 220 casos do SINAN, 154 só figuravam nele e seis casos constavam nos três sistemas, simultaneamente. Em relação a distribuição dos registros nas Regiões de Saúde do Pará, identificou-se maior proporção no GAL, na região do Xingú (98,5%) e na Metropolitana I (26%), sendo que as demais regiões exibiram registros abaixo de 10 casos. Em relação aos dados constantes apenas no SINAN, a Região Metropolitana I apresentou 93 casos (18,8%) e nas demais regiões os registros foram inferiores a 10. No SITE TB a Região Metropolitana I concentrou maior frequência, com 174 casos (35,1%), seguida da Metropolitana II, com 15 (71,4%). Quanto a concomitância de dados em dois sistemas, a região Metropolitana I foi a única que apresentou registros (0.8%) no GAL e SITE-TB. E se destaca no SINAN e SITE TB, com maior frequência (18,3%), as demais apresentaram número de casos inferiores a 10 ou não apresentaram registros. Foram identificados seis registros concomitantes nas três bases de dados (SINAN, SITE TB e GAL) sendo cinco na Região Metropolitana I e um registro no Baixo Amazonas. Constatou-se a ocorrência frequente de inconformidade nos dados dos três principais Sistemas de registros de casos de tuberculose com destaque para a subnotificação que se configura como um desafio para a qualidade da informação no Brasil, em especial no Pará.

Os povos indígenas têm vivenciado diversas mudanças, que perpassam por aspectos culturais, sociais, econômicos e ambientais, produzindo impacto na saúde desses povos. Uma das transformações diz respeito ao perfil epidemiológico, em transição acelerada, muitas vezes desfavorável, com aumento dos índices de morbimortalidade, mostrando desigualdades entre os indígenas e a população em geral. Diante disso, o objetivo deste estudo foi analisar os indicadores de saúde das crianças indígenas relacionados a morbidade, mortalidade, cobertura vacinal e aleitamento materno em menores de um ano no estado do Pará. Trata-se de estudo epidemiológico, analítico, com abordagem quantitativa realizado com dados de morbidade e mortalidade em crianças indígenas, notificados ao Sistema de Informação da Atenção Indígena, no período 2013 a 2018. Foram estudados ainda os registros relativos à cobertura vacinal e tipos de aleitamento, sendo que para esta última variável, o período foi 2015-2018 em razão da indisponibilidade de dados. Foram calculadas as taxas de natalidade e mortalidade infantil e as proporções das coberturas vacinais, morbidade, avaliação do estado nutricional e tipos de aleitamento materno por Distrito Sanitário Especial Indígena e foram aplicados os testes estatísticos Qui-quadrado (x2) para medir as associações e o Teste de Wald para avaliar a influência das variáveis socioeconômicas em relação a classificação do peso. Dentre os resultados identificou-se que as principais causas de morbidade foram as doenças infecciosas e parasitárias (19,4%; n=3.506), doenças do aparelho respiratório (17,0%; n=3.079), doenças do aparelho geniturinário (8,8%; n=1.590), do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo (8,7%; n=1.587). As taxas de mortalidade mostraram-se acima da média nacional, destacando-se o Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó Pará com as maiores cifras, alcançando 85,3/1.000 Nascidos Vivos no ano de 2018. O Distrito Sanitário Especial Indígena Altamira apresentou cobertura vacinal muito baixa, com apenas 8% de crianças menores de um ano com esquema vacinal completo em 2015 e 31,9% em 2016. O quantitativo de crianças em aleitamento materno exclusivo, no período 2015-2018 foi aproximado nos quatro distritos, variando de 52,9% (n= 426) no Distrito Sanitário Especial Indígena Altamira a 45% (n=427) no Kaiapó do Pará. Em relação ao estado nutricional, identificou-se que 87,5% (n=3.589) das crianças apresentavam peso adequado para a idade, variando entre 85% (n=806) no Kaiapó do Pará e 89,9% (n=1.406) no Rio Tapajós. Conclui-se que mesmo com a existência de um subsistema de atenção à saúde dos povos indígenas, faz-se necessário maiores investimentos, com políticas públicas, que produzam ações, que de fato, assegurem melhor qualidade de vida às crianças indígenas, a ser evidenciada em indicadores favoráveis de morbimortalidade. Tais investimentos devem considerar o perfil cultural de cada etnia para potencializar de modo a respeitar a cosmologia local.

O câncer se apresenta como um problema de saúde pública mundial afetando principalmente as pessoas nos países em desenvolvimento. Quando em estágio avançado de doença os cuidados paliativos são indicados visando não mais a cura, mas ocontrole de sintomas e alívio do sofrimento e promoção da qualidade de vida do paciente e sua família. Neste momento, o enfermeiro, por meio da Sistematização da AssistênciaEnfermagem e do Processo de Enfermagem, pode lançar mão da utilização da Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton (ESASBR), no intuito de manejar adequadamente os sintomas do paciente oncológico em cuidados paliativos. Assim, este estudo teve por objetivo avaliar os sintomas físicos e psicológicos relatados pelos pacientes oncológicos em cuidados paliativos. Tratase de um estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa, com amostra de 73 pacientes em cuidados paliativos internados na Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO) e Clínica Cirúrgica Abdominal Oncológica no Hospital Ophir Loyola. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se a ESAS-Br e um formulário do perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes. Na análise dos dados, recorreuse a Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 21 e ao software R versão 3.6.3. O teste confiabilidade da ESAS-Br foi por meio da análise da consistência interna coeficiente alfa de Cronbach (correlação dos itens do instrumento). A Análise bivariada das variáveis independentes com a medida dos sintomas do ESAS-Br realizou-se por meio dos testes Qui-quadrado e exato de Fisher. O nível de significância adotado foi de 5% (p< 0,05). Dos 73 pacientes, 54,8% eram mulheres e 45,2% homens, com faixa etária variando de 28 a 79 anos, sendo que 72,6% se autodenominaram pardos. Quanto a intensidade de sintomas abordados na Escala ESAS-Br obteve-se: leve intensidade de dor (69,9%); grave intensidade de cansaço (39,7%); leve intensidade de náusea (71,2%); moderada e grave intensidade de tristeza (38,4%), respectivamente; grave intensidade de ansiedade (64,4%); moderada intensidade de sonolência (38,4%); leve intensidade de apetite (38,4%); moderada intensidade de sensação de bem-estar (57,5%); leve intensidade de falta de ar (69,9%) e leve intensidade de sono (46,6%). Houve relatos de sintomas não contemplados pela ESAS-Br como a constipação intestinal (56,3%), sangramento vaginal (15,6%), edema dos membros inferiores (12,5%) dentre outros. Observou-se que os pacientes adentram no serviço de oncologia em estadiamento avançado do câncer, fator que impacta na carga de sintomas, bem como na adoção de terapêutica paliativa exclusiva ou associada a outros tratamentos. Evidenciou-se a associação entre a carga de sintomas e dados sociodemográficos e clínicos, demonstrando aspectos que agudizam ou reduzem as suas manifestações. Concluiu-se que aplicação da ESAS-Br se mostrou de extrema importância na avaliação dos sintomas pelo enfermeiro, podendo ser utilizada como instrumento de coleta de dados. Os resultados da pesquisa poderão contribuir significativamente à prática assistencial do paciente em cuidados paliativos oncológicos.

INTRODUÇÃO: A incidência de novos casos de câncer é superior em indivíduos com mais de 65 anos, que estão entre as maiores vítimas fatais da doença, representando cerca de 70% dos casos de mortes por neoplasias malignas. Quando em estágio avançado, o câncer pode evoluir para a condição de impossibilidade de cura, com presença de sinais e sintomas pouco controláveis como dor, náuseas, vômitos, anorexia, fadiga, depressão, ansiedade, constipação, entre outros, nesses casos os cuidados prestados ao paciente com câncer deixam de ser curativos e passam a ser paliativos. OBJETIVO: Elaborar um Protocolo Assistencial de Intervenções de Enfermagem ao Idoso com Câncer em cuidados paliativos no âmbito da Atenção Primária a Saúde. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo de elaboração de tecnologia do tipo pesquisa de desenvolvimento metodológico, com abordagem qualitativa, que se propôs a elaborar um protocolo assistencial de Enfermagem ao Idoso com Câncer em Cuidados Paliativos na Atenção Primária à Saúde. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas, a saber: 1º) desenvolvimento de uma revisão bilbliométrica e 2º) elaboração do protocolo

assistencial. Os dados da primeira etapa foram analisados através do software Voviewer® e, também através da análise do conteúdo proposto por Minayo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram identificadas n=198 publicações, distribuídas em 48 periódicos e com publicações em 46 países. Primeiramente, em relação ao ano, foi evidenciado que a maioria das publicações selecionadas estão concentradas entre os anos de 2019 com n=44 (22,22%) publicações, 2018 com n=37 (18.69%) publicações, 2016 e 2015 com n=20 (10,10%) publicações respectivamente, 2017 com n=19 (9,60%) publicações e o ano de 2014 com n=17 (8,59%) publicações sobre a temática. A partir da análise dos estudos selecionados foi observado que as publicações que compuseram essa revisão Bibliométrica abordavam 3 grandes grupos temáticos distintos: 1) Diagnósticos de Enfermagem Observados no Idoso com Câncer em Tratamento Quimioterápico; 2) Intervenções de Enfermagem ao Idoso com Câncer em Cuidados Paliativos e Familiares e 3) Assistência de Enfermagem ao Idoso com Câncer em Processo de Finitude no Âmbito Domiciliar. Após finalização da etapa anterior, foi dado início a Etapa 2, os eixostemáticos encontrados na etapa anterior nortearam o momento de elaboração do Protocolo. Para melhor nortear a construção da tecnologia de forma holística e com enfoque nos princípios dos Cuidados Paliativos, foram utilizados como aporte teórico os 5 (cinco) elementos da Teoria de Final de Vida Pacífico. Desta forma, o PA foi construído, pensando e respeitando todos os aspectos humanísticos do paciente paliativo, promovendo melhora qualidade de vida e dignidade do idoso no momento de finitude. CONCLUSÃO: As intervenções de enfermagem fazem parte do Processo de Enfermagem e, através delas, o enfermeiro possibilita a melhora da qualidade de vida do paciente oncológico e de seus familiares e quando realizadas na APS, evita a procura pela Atenção Terciária.

INTRODUÇÃO: evidencia-se que o acolhimento às pessoas com necessidades no campo da infertilidade nas Unidades Básicas de Saúde, ainda em muitos casos é, ausente ou de baixa resolubilidade, repercutindo, por vezes, em encaminhamentos desnecessários à média e alta complexidade. A enfermagem ganhou destaque nesse cenário, garantindo fundamentalmente o acolhimento humanizado além de atuar como principal articuladora de informações e conduções com a equipe multidisciplinar. Para o tratamento de infertilidade assistida é necessário que o casal infértil tenha o primeiro atendimento em uma Unidade básica de saúde, e posteriormente encaminhados para a uma unidade de referência ou centro de tratamento da infertilidade. OBJETIVO: analisar as condições de casais atendidos em um programa de reprodução humana assistida com vistas a produção de tecnologia educacional para mediar o acolhimento realizado pelo enfermeiro. MÉTODO: pesquisa metodológica desenvolvida em 2 fases: pesquisa com base no contexto e produção tecnológica (ilustrações, layout, design e textos). A coleta de dados foi realizada na Unidade de Referência Materno Infantil no período de junho a setembro/2019. Foram participantes desse estudo 20 casais atendidos no programa de reprodução humana assistida. A produção dos dados foi por meio de entrevista e construção da tecnologia educacional. Os dados foram analisados na perspectiva da análise de Bardin apoiado pelo software IRAMUTEQ-método da Classificação Hierárquica Descendente, proposto por Reinert. RESULTADOS: do corpus emergiram seis classes e foram organizadas em três categorias: I-Conhecimentos sobre o programa de reprodução humana assistida; II- Motivos da procura pelo programa de reprodução humana assistida; III- Necessidades e sugestões para mediar o acolhimento no programa de reprodução humana assistida. A partir do contexto, foi produzida uma tecnologia educacional do tipo folder. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As condições dos casais indicam a necessidade de um acolhimento informado. A produção de tecnologia com base no contexto favorece o levantamento de evidências sociais. Tecnologias fundamentadas em tais evidências podem melhor subsidiar o acolhimento realizado pelo enfermeiro em programas de reprodução humana assistida.

Desde o surgimento das relações de trabalho na Pré-história até os dias atuais, sabe-se que o trabalho pode trazer consequências nefastas à saúde dos trabalhadores decorrentes de doenças ocupacionais e de acidentes de trabalho. Os acidentes de trabalho são problemas de saúde pública, de modo que mundialmente 2,3 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência disso e 800 milhões sofrem vários tipos de ferimentos durante o exercício profissional, enquanto que nos hospitais psiquiátricos brasileiros as taxas de acidentes variam entre 1,7% a 71,6%; em que pelo menos 50% dos trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho possuem sofrimento psíquico. Assim, o presente estudo tem por objetivos: Analisar os significados atribuídos pelos profissionais de saúde do setor psiquiátrico aos acidentes de trabalho. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória realizada em um Hospital Público referência em psiquiatria hospitalar na região Norte do Brasil, participaram 52 profissionais de saúde e a coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada, em que as falas foram codificadas e submetidas a análise exploratória proposta por Laurence Bardin associada com o Software Iramuteq versão 07 alpha 2.0, por meio da Classificação Hierárquica Descendente (CHD) e os achados foram interpretados a luz da Teoria da Psicodinâmica do Trabalho Desenvolvida por Christophe Dejours. Os resultados apontam que os acidentes de trabalho possuem significância negativa para os profissionais, os quais demonstram a nocividade dos setores de saúde mental para a saúde integral do trabalhador e podem indicar vivências de sofrimento patogênico. As principais causas de acidentes de trabalho são o manejo incorreto do paciente durante contenção mecânica, a desatenção e a as vulnerabilidades estruturais do local estudado. Os significados negativos suscitam estratégias de defesas como alerta constante, união da equipe multiprofissional, cuidado a saúde mental do trabalhador, uso de equipamentos de proteção individual e cuidado terapêutico com familiares. Dentre as melhorias sugeridas, os participantes acreditam na necessidade de ter mais capacitações e treinamentos sobre contenção mecânica e fluxos institucionais, além de criação de espaços de discussões permeados por psicólogos do trabalho. Acredita-se que os constantes eventos de acidentes de trabalho, sobretudo por agressões, traduzem sofrimentos e angustias para além de escoriações e incapacidades físicas, dos quais podem ir para além dos muros institucionais e se tornar sombras sociais ou pessoais os profissionais acometidos. Estimula-se reflexão sobre o cuidado a saúde mental de profissionais de saúde, algo considerado tabu e é assunto marginalizado nas academias formativa

A hanseníase é uma das mais antigas doenças que acometem o homem. Em 2018, o Brasil foi o segundo em número absoluto de casos no mundo. Doença negligenciada, suas reminiscências transpõem-se à cronologia e aos avanços biomédicos, emergem na contemporaneidade e geram estigmas e preconceitos. Objetivou-se: analisar as representações sociais da hanseníase por pessoas que vivenciam a doença; descrever o modo de lidar com a doença de pessoas que vivenciam a hanseníase e suas práticas de cuidados; relacionar o modo de lidar com a doença de pessoas que vivenciam a hanseníase com suas práticas de cuidados a partir das suas representações sociais. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, fundamentado na Teoria das Representações Sociais, em sua abordagem processual. Participaram 41 doentes em tratamento para hanseníase de quatro unidades de saúde do município de Marabá - PA. A produção das informações se deu por entrevista individual, semiestruturada, em profundidade. Para caracterização do perfil sociodemográfico e clínico dos doentes utilizou-se estatística descritiva; o software IRAMUTEC 0.7 alpha2 fez o processamento textual das entrevistas. O sexo masculino predominou entre os participantes; faixa etária 29-43 anos; baixa escolaridade; religião evangélica. O IRAMUTEC gerou seis classes lexicais, que foram divididas em três blocos: Hanseníase: as memórias, os saberes e o tempo; O protagonismo do doente no cuidado de si: por ele, para ele e para os outros; A manutenção do estigma e preconceito: o olhar e o agir feridos. Os resultados mostraram que a descoberta do diagnóstico da hanseníase é angustiante, gera sentimentos de vergonha e medo pelo estigma da doença. A aceitação de estar com hanseníase requer esforço cognitivo para compreender o processo da doença, a aceitação e o cuidado de si. Conclui-se que os objetivos foram alcançados: as representações sociais da hanseníase amparam-se na história da lepra, mobilizam afetos e repercutem nos modos de lidar com a doença e cuidar de si.

O HIV ainda caracteriza-se como um problema de saúde nos países em desenvolvimento. Historicamente os Hemocentros foram às primeiras instituições a disponibilizar testes para infecções sexualmente transmissíveis, entre elas o HIV, oferecendo uma oportunidade de contribuir para a compreensão dos comportamentos de risco dos usuários para essa infecção. Este estudo objetivou avaliar a distribuição espacial dos casos de HIV e a associação com as características sociodemográficas, clínicas e comportamentais de doadores de sangue. Trata-se de um estudo de corte transversal e de abordagem quantitativa, realizado no período de 2014 a 2019 no Hemocentro de Belém, com 165 doadores de sangue. Os dados foram extraídos do sistema de banco de sangue e de um formulário padrão da instituição, e analisados em duas etapas, a primeira diz respeito à descrição e associação das variáveis, com análise descritiva, teste do qui-quadrado e modelos de regressão. Na segunda executou-se o processo inferencial utilizando técnicas de geoprocessamento. Para análise inferencial, utilizou-se o software Qgis 3.10 para mapeamento e analise geográfica dos dados. O perfil epidemiológico do HIV nos doadores mostrou-se predominante no sexo masculino, com ensino médio, solteiros, viúvos ou divorciados, com comportamento heterossexual. Os doadores do sexo feminino e os casados foram os que demoraram em média mais tempo para a retestagem, além disso, foram mais prevalentes doadores de primeira vez, que tiveram motivação voluntária, que não faziam uso de drogas, e que não tinham 3 ou mais parceiros, relação eventual, coinfecção e que não faziam uso do preservativo. Os achados revelaram que a capital Belém e as cidades vizinhas possuem elevada concentração da infecção e que entre as variáveis estudadas, o estado civil, sexo, escolaridade, comportamento sexual homens que fazem sexo com outros homens, motivo da doação, uso de preservativo, tipo de doador, cidade do doador e coinfecção mostraram associações. A identificação das áreas de risco e dos potencializadores que influenciam no desenvolvimento do HIV em doadores de sangue é essencial para ações de planejamento e formulação de medidas de intervenção de combate e controle da infecção nas populações-chave mais vulneráveis e áreas de risco

Enfermidade crônica, transmissível e negligenciada, a hanseníase possui indicadores alarmantes e, quando não diagnosticada e tratada precocemente, leva a ocorrência de incapacidades físicas permanentes. Somadas às tantas complicações possíveis da hanseníase, as incapacidades podem interferir de maneira significativa na vida do indivíduo, prejudicando o desenvolvimento de suas atividades do dia a dia, como as laborativas. A redução da capacidade para o trabalho, causada pela doença, compromete a produtividade, podendo levar a interrupção do trabalho, afastando ou, até mesmo, excluindo definitivamente indivíduos da cadeia produtiva. O afastamento do trabalho por motivo de doença possui repercussões financeiras e psicossociais ao trabalhador. Esse estudo objetivou analisar a correlação da hanseníase com o afastamento do trabalhador que realiza tratamento na Unidade Básica de Saúde. Trata-se de um estudo transversal, analítico com abordagem quantitativa, realizado em 10 unidades de saúde notificadoras de hanseníase do município de Belém-Pará. Foram selecionados 72 pacientes com diagnóstico de hanseníase, com idade igual ou superior a 18 anos e que possuíam alguma atividade trabalhista, independente do vínculo empregatício. A amostra foi composta por trabalhadores com média de idade de 42,9 anos, 69,4% do sexo masculino, 45,8% com nível de escolaridade fundamental, renda mensal de 1 a 3 salários mínimo (59,7%), ocupando cargos de trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados (31,9%). Foi evidenciada predominância da forma clínica Dimorfa (72,2%), sem nervos afetados (52,8%) e, com 5 a 10 lesões cutâneas (51,3%). Foi identificada presença de incapacidades físicas em 34,7% dos trabalhadores, sendo esta, a principal causa indicada para os afastamentos do trabalho, problema referido por 59,7% dos trabalhadores. Outros problemas relacionados aos afastamentos do trabalho, indicados pelos trabalhadores foram: restrição ao trabalho (56,9%), redução da capacidade laborativa (55,5%), omissão do diagnóstico da doença (43%), falta de readaptação/mudança de função (90,2%) e preconceito (26,3%). O tempo de afastamento do trabalho em decorrência da hanseníase foi superior a 6 meses em 48,8% dos casos. Na análise bivariada identificou-se relação estatística com o afastamento do trabalho entre: redução da capacidade laborativa (p< 0.000), restrição ao trabalho (p=0.0001), maior número de nervos afetados (p=0.0015), presença de episódios reacionais (p=0.0086). Percebeu-se que, os afastamentos do trabalho estiveram relacionados, com maior grau de significância, às formas multibacilares da doença, aos trabalhadores com baixo índice de escolaridade, ocupando funções que exigem baixo ou nenhum conhecimento técnico, no setor informal de trabalho. Conclui-se que existe relação significativa entre a hanseníase e o afastamento do trabalho do paciente em acompanhamento na Unidade Básica de Saúde e que, a presença de incapacidades físicas, é considerada a principal causa de afastamento do trabalhador. É necessária maior articulação entre as estratégias de atenção à hanseníase e a saúde do trabalhador para a proposição de medidas que visem a minimização de afastamentos do trabalho em decorrência da doença.

Introdução: A tuberculose é um grave problema de saúde pública no Brasil. Várias medidas e estratégias foram criadas com o objetivo de eliminação da doença como problema de saúde pública e, a atuação do enfermeiro, tem extrema relevância no contexto do desenvolvimento das ações de seu controle, na Atenção Básica. Objetivos: Discutir os conhecimentos e as práticas de enfermeiros nas ações de controle da tuberculose em Unidades Básicas de Saúde; Verificar quais os conhecimentos de enfermeiros sobre a política de controle da tuberculose nas Unidades Básicas de Saúde; Conhecer as ações de enfermeiros no controle da tuberculose, desenvolvidas junto aos pacientes nas Unidades Básicas de Saúde; Identificar os fatores intervenientes para a implementação do controle da tuberculose nessas unidades. Método: Estudo descritivo, qualitativo. As informações foram coletadas no período de novembro a março de 2019, por meio de entrevistas individuais com 29 enfermeiros que atuavam no controle da tuberculose nas Unidades Básicas de Saúde do município de Belém – Pará. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo, a qual originou três categorias temáticas: O conhecimento dos enfermeiros sobre a política nacional de controle da tuberculose nas Unidades Básicas de Saúde; As ações dos enfermeiros para o controle da tuberculose nas Unidades Básicas de Saúde e os Fatores que interferem na efetivação do controle da tuberculose nas Unidades Básicas de Saúde. Resultados: Pode-se afirmar que os enfermeiros têm conhecimento superficial em relação à política e gestão do cuidado, identificam fatores intervenientes, relacionados aos serviços e aos pacientes, o que dificulta as ações de controle da tuberculose nas Unidades Básicas de Saúde. Considerações finais: Os enfermeiros não conseguem realizar as ações em sua plenitude, por questões relacionadas à organização dos serviços, à gerência central que não oferece um suporte adequado e, consequentemente, os profissionais não conseguem planejar com eficiência a gestão da ação em seu ambiente de trabalho.

Objetivo: Conhecer o perfil clínico-epidemiológico de mulheres com lesão precursora do câncer do colo do útero com relação as suas variáveis sociodemográficas e reprodutivas, assistidas em um serviço de atenção secundária de Belém do Pará. Método: Trata-se de um estudo de delineamento transversal correlacional com abordagem quantitativa, realizado na Unidade de Referência em Belém do Pará com 196 mulheres, diagnosticadas com lesão intraepitelial escamosa de alto grau. A coleta de dados ocorreu no período de outubro de 2018 a fevereiro de 2019, através da aplicação de um formulário e da leitura do prontuário clínico de cada participante. Os dados foram condensados em uma planilha e as análises foram realizadas com o apoio do programa Bioestat 5.0. Resultados: Após analises, foram identificadas as seguintes características: Mulheres adultas com média de idade de 38,2 anos, de cor autodeclarada parda, católicas, casadas/união estável, de baixa escolaridade, baixa renda, oriundas de municípios de interior do Estado, com início da atividade sexual com idade média de 16,18 anos, com média de 5,42 parceiros sexuais, multíparas, não tabagistas e sem atividade laboral entre outras. Frente a associação dos cofatores de risco para o desenvolvimento das lesões, encontrou forte associação ligada a idade das participantes, ao quesito procedência e ao não uso do preservativo nas relações sexuais, todos com valor de p<0,05. No que concerne ao intervalo de tempo entre o diagnóstico do exame Papanicolau e a primeira consulta no serviço de referência, a mediana de dias foi de 12. Conclusões: Espera-se com este estudo contribuir para orientação dos serviços de atenção básica, quanto o direcionamento de ações voltadas a educação sexual, reprodutiva e preventiva, relacionadas aos estilos de vida e periodicidade de realização do exame Papanicolau, assim como no embasamento teórico do planejamento de ações de prevenção e controle do câncer do colo do útero, de forma a contribuir na diminuição dos casos de lesões pré-câncer e por conseguinte do próprio câncer do colo do útero. 

O câncer de laringe apresenta maior frequência dentre as neoplasias que atingem a região da cabeça e pescoço, acomete principalmente pacientes com uma idade mais avançada com expressiva incidência entre a sexta e a sétima década de vida. Este estudo tem como objetivo analisar a associação entre as características epidemiológicas e clínicas com o estadiamento do tumor de pacientes com câncer de laringe. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa, realizado no Hospital Ophir Loyola referência para o tratamento do câncer, no qual se analisou 494 prontuários de pacientes com câncer de laringe tratados de 2008 a 2018. Os dados foram coletados por formulário composto por variáveis epidemiológicas e clínicas, as quais foram analisadas por meio da estatística descritiva, utilizado o programa Bioestat 5.3, e para verificar a relação de dependência entre as variáveis foram utilizados o teste Qui-quadrado e o Mann-Whitney, fixado o nível de significância de 5%. A análise dos registros permitiu detectar uma população essencialmente masculina, com idade média de 63 anos, provenientes em sua maioria dos interiores do Estado do Pará, tabagistas e etilistas, com tempo superior 40 anos do uso de álcool e tabaco, apresentando estadiamento avançado (III e IV) ao diagnóstico. Em relação ao tratamento, a radioterapia e a quimioterapia tiveram maior expressão neste estudo, o tempo médio para início do tratamento desde a data do diagnóstico foi de 141 dias. Metade dos pacientes que realizaram a laringectomia como tratamento, apresentou complicações cirúrgicas, e mais de 90% apresentou a fístula faringocutânea como complicação. Em razão desse cenário, se obteve um número considerável de óbitos, apesar das subnotificações. Os achados revelaram ainda, que a longinquidade entre o munícipio de residência do paciente em relação ao centro de diagnóstico e tratamento relaciona-se com o avanço do estadiamento do tumor ao diagnóstico, outro fator estatisticamente significativo com o avanço da doença foi, o tempo prolongado de tabagismo. O estudo também evidenciou as dificuldades e fragilidades do processo de enfermagem, destacando a importância do conhecimento e habilidades técnico-científicas para o planejamento e implementação de uma assistência adequada e individualizada a esses pacientes, proporcionando assim, melhores resultados para garantir a qualidade de vida do paciente. Portanto, o estudo clínico e epidemiológico sobre o câncer laríngeo, sua sintomatologia e evolução clínica, assim como seu tratamento, oferece subsídios para a otimização dos cuidados com o paciente em sua integralidade

A mensuração da Qualidade de Vida Relacionada à saúde é considerada um importante indicador na avaliação de intervenções e tratamentos de saúde. A gamificação é utilizada como estratégia para aumentar o engajamento em uma determinada atividade, contribuindo para mudanças de comportamento favoráveis. Objetivo: testar uma estratégia gamificada voltada à melhoria da Qualidade de Vida de crianças e adolescentes renais crônicos em hemodiálise. Método: Trata-se de uma pesquisa aplicada, de desenvolvimento metodológico e quase experimental. Foi realizada em duas etapas, a saber: produção da estratégia gamificada; e testagem da estratégia gamificada com o público-alvo em três fases: pré-teste, testagem, pós-teste em um grupo único. A pesquisa teve aprovação do comitê de ética da instituição de origem dos pesquisadores e da instituição coparticipante onde se deu a coleta de dados. Os participantes da pesquisa foram 8 crianças e adolescentes que realizam tratamento hemodialítico no Setor de Terapia Renal Substitutiva Pediátrica da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, com idade variando entre 8 e 16 anos. Os dados foram analisados com auxílio dos programas GraphPadPrism® 6.0 e Biostat® 5.0, para análise estatística foi utilizado o teste paramétrico t-student pareado. O nível de significância da pesquisa foi de 5%. Resultados: Foi produzido uma estratégia gamificada no formato de um jogo chamado Nefro Hero, um modelo simplificado de um Role Play Games, adaptável às necessidades de crianças e adolescentes em hemodiálise. Posteriormente foi realizado a testagem do jogo com o público alvo. Discussão: As aventuras apresentadas no jogo buscavam retratar fantasiosamente situações potencialmente reais vividas por esses pacientes. A utilização da gamificação, permitiu maior envolvimento do público alvo na atividade proposta e os elementos de jogo buscaram alterar a percepção de crianças e adolescentes renais crônicas sobre sua condição de saúde, fortalecendo suas características e contribuindo para aumentar sua adesão e aceitação do tratamento. Os escores de Qualidade de Vida mesurados no momento pré intervenção, demonstraram ser a dimensão física e a independência as mais afetadas na vida desses pacientes. A correlação entre as medidas de qualidade de vida pré e pós testagem, demostrou melhora significativa nas dimensões independência e emocional mensurados após introdução do jogo. Conclusão: os resultados encontrados demonstram que a adoção dessa estratégia produziu melhora nos escores das dimensões independência e emocional e que este tipo de tecnologia tem potencial de favorecer mudanças de comportamento e postura no contexto da saúde. Este estudo contribui com a enfermagem na medida em que fornece subsídios para o desenvolvimento de novas estratégias que possam contribuir para a adaptação dos pacientes renais crônicos ao tratamento hemodialítico e consequentemente para melhora de sua qualidade de vida

As contribuições significativas que enfermeiros obstétricos (EO) favorecem na implantação de um modelo humanizado, reside na valorização de vários aspectos de parturição: autonomia, empoderamento feminino, alívio da dor, progressão fetal, vínculo, confiabilidade e segurança, apesar de condições adversas, esses profissionais permanecem incentivando o parto humanizado. Este estudo teve como objetivo compreender a atuação de enfermeiros obstétricos na diretriz da humanização do trabalho de parto e nascimento. Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em três estados da região Norte (Amapá; Amazonas; Pará), composto de entrevista aleatória com 41 enfermeiros obstétricos atuantes no trabalho de parto e nascimento, realizado entre novembro/2018 a fevereiro/2019, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual do Pará. As informações foram coletadas por entrevista semiestruturada em profundidade, na análise e interpretação das informações foi utilizada técnica metodológica de análise de conteúdo com fundamento em Bardin e para auxiliar no seu processamento, foi empregado como ferramenta o software IRAMUTEQ, que traz rigor estatístico às pesquisas qualitativas, realizada de acordo com a Classificação Hierárquica Descendente. Na análise das informações coletadas, foi entrevistado em cada Estado: 11 EO no Amapá; 17 EO no Amazonas e 13 EO no Pará. A idade variou entre 26 a 53 anos; com predominância do sexo feminino e título de especialistas na modalidade de residência, todos atuam direta ou indiretamente com a assistência ao parto institucionalizado. Os Enfermeiros Obstétricos entendem que a formação profissional, da graduação a pós-graduação, na diretriz da humanização, tem extrema relevância para o preparo de quem irá conduzir o cuidado à mulher e sua família durante o parto, desenvolvendo habilidades técnicas e emocionais para esse momento; têm a mulher como foco central de um cuidado seguro e confiável, procurando atender aos desejos e necessidades oportunizando o direito de esclarecimento, opinião e decisão; valorizam o uso das tecnologia de cuidado singular, multidirecional e relacional, aplicadas a sua práxis cotidiana, orientado por evidências científicas; reconhecem as dificuldades que interferem uma atuação na diretriz de um parto e nascimento mais integral e humanizado, como o enfretamento das adversidades podem contribuir para a compreensão e busca de soluções, para alcançar avanços progressivos e permanentes, no sentido da qualidade no cenário do parto e nascimento. O estudo constatou que Enfermeiros Obstétricos diretamente na cena do parto e nascimento, materializa o que considera relevante na forma de atuação e tem um importante engajamento para implantar modelo humanizado seguro e orientado por evidências científicas; Permitiu contribuir para enriquecimento técnico-científico, a consolidação da ciência no âmbito da enfermagem; autonomia profissional; busca por qualificação e aprimoramento; de assistência qualificada à parturiente e sua família; busca de maneiras para reduzir a violência obstétrica